LOS ANGELES, 9 de out de 2014 às 13:36
A atriz ganhadora de um Oscar, Reese Witherspoon, que é a protagonista de um novo filme sobre Os Meninos Perdidos do Sudão, disse ao Grupo ACI que este filme apresenta mensagens cristãs e de fé em Deus muito importantes além de mostrar a perseverança diante das dificuldades.
A atriz afirmou que nos diversos filmes de Hollywood que já fez durante a sua carreira, “é raro que te deem a oportunidade de fazer um filme sobre algo que tem uma forte mensagem cristã".
Baseado em fatos reais de refugiados sudaneses, "The Good Lie" (A boa mentira) estreou no dia 3 de outubro e relata a história de um grupo de rapazes perdidos que viajam de suas casas destruídas pela guerra ao campo de refugiados de Kakuma no Quênia (dezenas de milhares de meninos, principalmente cristãos que ficaram órfãos pela guerra civil do Sudão entre 1983 e 2005, e muitos se viram obrigados a converter-se em meninos soldados).
Depois de viverem no campo de refugiados durante mais de uma década, três dos meninos, agora jovens, ganham na loteria e decidem imigrar aos Estados Unidos onde são recebidos por Carrie (interpretada por Witherspoon), uma assistente social que se encarrega de ajudá-los a integrar-se e encontrar trabalho em Kansas City, Missouri.
Os refugiados, Mamere, Jerimiah e Paul, são interpretados pelos atores sudaneses Arnold Oceng, Ger Duany e Emmanuel Jal, um ex-menino soldado. Witherspoon afirmou que trabalhar com estes atores, alguns dos quais também foram refugiados, foi uma experiência inspiradora.
"Poderíamos pensar que alguém que tenha vivido essa experiência profundamente perturbadora durante a sua infância estaria devastado até o ponto de não ser capaz de viver", disse a atriz. "Mas estes homens foram e são incrivelmente espirituais, são incrivelmente positivos. Eles simplesmente brilham de gratidão pelas oportunidades que tiveram".
Pouco a pouco, a personagem de Witherspoon se abre às lutas destes jovens e se permite criar uma relação com eles. Ao fazê-lo, descobre uma comunidade tanto para ela como para os refugiados.
A atriz disse que a insensibilidade emocional da sua personagem é algo com o qual muitas pessoas da cultura de hoje poderiam identificar-se.
"Acredito que na minha própria vida, e com os meus filhos, o serviço nas nossas comunidades é o antídoto para o tipo de sociedade completamente absorvente na qual vivemos", assinalou Witherspoon.
Embora o filme esteja classificado para maiores de 13 anos, por algumas cenas violentas e uma linguagem às vezes forte, Witherspoon insistiu em que é apropriado para muitas crianças e que pensa vê-la com os seus próprios filhos de 10 e 15 anos. "Uma das coisas mais importantes que quero que as pessoas saibam é que podem levar os seus filhos para ver este filme", disse.
Atualmente, cerca de 700 mil pessoas continuam deslocadas devido à guerra civil sudanesa e a estimativa é que 50 mil crianças morram de fome este ano devido à escassez que afeta a região.
Depois de terminar a filmagem, Witherspoon e sua filha, que nesse então já tinha 13 anos, visitaram o acampamento de refugiados de Kakuma para aprender mais a respeito das condições de vida e conhecer algumas das quase 250 mil pessoas que ainda vivem lá.
O que mais a comoveu foi ver as crianças dormindo no concreto e ver que as crianças foram à escola só até os 11 anos. "Não há razão para que continuem educando-se porque não há oportunidades de trabalho", lamentou Witherspoon. "E todas estas pessoas inteligentes e líderes em suas próprias comunidades, são somente deslocados", adicionou.
Além de realizar este filme para gerar consciência sobre a situação difícil atual das crianças perdidas do Sudão, os produtores do filme The Good Lie também criaram o programa The Good Lie Fund para apoiar a educação daqueles que ainda vivem em campos de refugiados.