ROMA, 22 de out de 2014 às 10:55
“Há demasiados interesses em jogo no caso de Asia Bibi. Poderes fortes e fortes pressões que acabam por encobrir e pisotear a verdade dos fatos”, afirma Haroon Barkat Masih, diretor da “Masihi Foundation”, que trabalha no Paquistão para melhorar a vida dos cristãos e também na defesa dos cristãos acusados injustamente de blasfêmia.
Em declarações à agência vaticana Fides, Masih assinala que “mantemos a esperança porque, como cristãos, nossa fé alimenta a esperança. Continuamos rezando por Asia Bibi e pela sua libertação, para que o Senhor a proteja e a console”.
“Mas existem muitos elementos que não levam ao otimismo. Recordamos que ainda há uma recompensa pela entrega de Asia, prometida por um Imâme, que indeniza quem a matar”.
Segundo Barkat Masih, “as pressões e a mobilização internacional podem ser úteis”, mas principalmente “é necessário vontade política do governo e das máximas autoridades paquistanesas” se quisermos por um fim a esta história marcada pelas injustiças evidentes.
O primeiro-ministro atual, Nawaz Sharif, “deu amplo espaço, no passado, a grupos extremistas e aprovou a lei da blasfêmia por conveniências políticas: assim, ele não parece estar propenso a tomar posição contra tais pressões”.
“A corrupção e o desejo de desfrutar este caso para objetivos econômicos é outro aspecto real”, acrescenta Haroon Barkat.
O diretor recorda que a sentença da Corte Suprema da condenação pode ser revogada e que, inclusive em caso de condenação, o Presidente do Paquistão tem sempre o poder de conceder a graça.