ROMA, 21 de nov de 2014 às 13:54
Mehmet Ali Agca, o turco que no dia 13 de maio de 1981 tentou assassinar São João Paulo II na Praça de São Pedro, agora pediu um encontro com o Papa Francisco durante a sua visita à Turquia de 28 a 30 de novembro.
“Eu, Mehmet Ali Agca, quero me encontrar com o Papa durante sua visita”, expressou o turco em uma carta enviada aos meios de comunicação, na qual ele aprecia a viagem que o Pontífice fará a seu país.
“Enquanto o mundo atravessa uma crise econômica, política e humanitária, o Papa, que esteve trabalhando para estabelecer a irmandade e a paz entre países vem à Turquia. Acredito que esta visita histórica ajudará o projeto da Aliança de Civilizações e o diálogo entre religiões”, escreveu o turco.
Em 2006 Agca também pediu a Bento XVI que não viajasse à Turquia porque sua vida corria perigo. Entretanto, a visita do Pontífice transcorreu sem incidentes, seguido apenas de alguns protestos isolados de grupos islâmicos.
Mais adiante, em 2009 alguns meios espanhóis informaram que o turco se teria convertido ao catolicismo. Entretanto, seu ex-advogado duvidou desta conversão devido ao estado mental de Agca.
Ali Agca
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Anos depois do atentado, em 27 de dezembro de 1983, São João Paulo II visitou Agca na prisão de Rebibbia, na Itália, onde o turco cumpria pena. Durante o encontro o Pontífice expressou seu perdão, tal como tinha manifestado anteriormente de maneira pública.
Entretanto, tal como revelou em 2011 o ex-portavoz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls, da parte do turco não houve “pedido algum de perdão. Estava obcecado com o que tinha lido nos jornais. Só perguntou pelo terceiro segredo da Virgem da Fátima”. Além disso Navarro Valls recordou que o Papa ficou muito surpreso pela atitude de Agca.
Posteriormente, no ano 2000 ele foi indultado pelo presidente italiano. Entretanto, ao chegar à Turquia foi novamente encarcerado pelas penas de outros vários delitos cometidos no seu país.
Finalmente em 2010 foi posto em liberdade e levado a um hospital militar para ser revisado e ver se podia servir no exército turco. Entretanto, um de seus advogados, Yilmaz Abosoglu, revelou à imprensa internacional que Agca foi encontrado mentalmente instável e foi eximido.
Em 2013 Agca publicou o livro “Prometeram-me o paraíso. Minha vida e a verdade sobre o atentado contra o Papa”, no qual culpou o aiatolá Khomeini do Irã de ter ordenado o ataque. Esta afirmação foi desmentida pelo Pe. Federico Lombardi ao advertir que o turco reinventou a conversa que teve com São João Paulo II.
“Temos que acreditar em Agca desta vez? Eu acredito que não”, escreveu o Pe. Lombardi em um texto difundido em 01 de fevereiro de 2013.