ROMA, 24 de nov de 2014 às 13:56
Os participantes no “Simpósio de jovens contra a prostituição e o tráfico humano. A maior violência contra as mulheres”, realizado nos dias 15 e 16 de novembro na Casa Pio IV do Vaticano, manifestaram a sua rejeição “ao sistema que faz com que as pessoas caiam em situação de prostituição e qualquer outra forma de escravidão”.
O encontro foi promovido pelo Arcebispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, Chanceler da Academia Pontifica para as Ciências, e Alicia Peresutti, responsável pela ONG argentina Vínculos em Rede e assessora do Vaticano em temas de tráfico de pessoas. Durante a reunião, foi abordado e discutido o problema do tráfico a partir de sua própria realidade e perspectiva. O Papa participou da reunião e dirigiu um discurso aos participantes.
Na primeira declaração internacional dos jovens sobre este tema, recordaram que “os seres humanos não são objetos factíveis de serem comercializados. Temos direitos e deveres, e queremos exercê-los em um plano de igualdade de oportunidades. Condenamos a escravidão porque é um crime contra a humanidade e contra a dignidade dos seres humanos”.
Depois de pedir “romper os paradigmas culturais que condenam as pessoas a todo tipo de exploração”, pediram aos Estados que protejam os direitos humanos e brindem a assistência necessária às vítimas da prostituição e do tráfico de pessoas, para isso pedem a criação de um observatório “para evidenciar a normalização da violência contra as mulheres a partir da sobre erotização e a feminização da violência nos meios de comunicação”.
Os jovens acreditam na educação como forma de mudança cultural social e pedem educar para que “os homens não comprem sexo, já que eles se tornam parte da coisificação dos seres humanos e da mercantilização dos corpos”.
Para isso é fundamental que se conheça o fenômeno da exploração sexual e pedem “a criação de espaços de segurança para as mulheres que se encontram em situação de risco e espaços de acompanhamento adequados onde se respeitem os processos individuais de cada mulher”.
“É indispensável a penalização do cliente da prostituição e do tráfico de pessoas em qualquer das suas variantes”, explicaram os jovens que não querem condenar as vítimas, mas “toda a rede de exploração”.
Por último, os jovens expressaram: “Todos os homens e mulheres do mundo somos pessoas iguais e livres, e devemos unir esforços para resgatar e restituir os direitos fundamentais das pessoas que foram vítimas do tráfico de pessoas e de qualquer outro tipo de escravidão”.