Uma iniciativa que já foi realizada com êxito no Peru, Chile e Equador vem dando frutos também no Brasil. Trata-se do projeto Pão para meu irmão, que leva café da manhã a moradores de rua na Zona Norte do Rio de Janeiro.  

No dia 24 de dezembro de 2013, véspera de Natal, o casal católico Rita de Cássia Lessa e o marido, Celino Pereira da Silva, por iniciativa própria, colocaram no porta-malas do carro deles tudo o que seria necessário para um bom café da manhã e saíram pelas ruas do bairro Lins de Vasconcelos praticando solidariedade. Hoje, quase um ano depois, a iniciativa “Pão para o meu irmão” é realizada de 15 em 15 dias e recebe o apoio dos paroquianos da Igreja Nossa Senhora da Guia, em Lins de Vasconcelos, e de comerciantes do bairro.

Para Rita, apesar de ser cansativa, sua tarefa é muito gratificante. Ela afirma que seu ato de solidariedade vai muito além de apenas fornecer uma refeição: “Não é só pelo café, é pela Palavra de Deus que a gente leva”, afirmou em entrevista ao site oficial da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. A mensagem compartilhada em cada encontro é a de que aqueles que passam por necessidade precisam sair das ruas, deixar vícios, buscar a ajuda de Deus.

“Tenho sempre esperança de que essa atitude possa tocar o coração de cada um deles”.

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A escolha por fornecer café da manhã surgiu, segundo Rita, porque a primeira refeição do dia é a que mais falta para aqueles que vivem nas ruas: “Eles acordam com fome. É mais fácil conseguirem almoço, por exemplo, do que o café da manhã”. Todos os meses a missão é realizada em dois sábados, e o trabalho começa às 6h. “Acordamos aqueles que estão nas redondezas, juntamos todos perto do carro, fazemos uma oração, partilhamos o café e depois trocamos algumas palavras com eles”.

Boa parte das doações recebidas pelo “Pão para o meu irmão” deve-se ao apoio do padre Jorge Lutz, pároco da Igreja Nossa Senhora da Guia. Segundo o sacerdote, membro da sociedade apostólica Sodalicio de Vida Cristã no Brasil, esta “está sendo uma experiência muito boa dentro desse Ano da Caridade. O trabalho assistencial é apenas o primeiro passo para a promoção humana. É uma experiência de solidariedade, de sair para a rua, como o Papa nos pediu. Sair do templo para atender aqueles que estão precisando de alguma ajuda. Ser generoso, caridoso, e viver a experiência da fé”.

“Esse trabalho é um grãozinho de areia diante de tantos problemas que enfrentamos, mas estou exercendo a minha parte e espero realmente que eu possa fazer a diferença na vida dessas pessoas”, comentou Rita. A iniciativa chegou ao Brasil através do Movimento de Vida Cristã, uma associação internacional de fiéis aprovada pela Santa Sé, fundada no Peru e que hoje, além do Brasil encontra-se presente em países dos cinco continentes.