No contexto do Congresso Humanum, um evento recentemente celebrado no Vaticano sobre temas de vida e família, o jovem advogado argentino Ignacio Ibarzábal, fundador do Grupo Sólido, animou em sua palestra a que todos os católicos, especialmente os jovens, se acrescentem à "rebelião do amor", abraçando o compromisso duradouro que implica o matrimônio e renunciando ao fenômeno das relações esporádicas e uniões livres, nas quais casais convivem sem o sacramento do matrimônio e sem o compromisso que este implica.

“Não há nada mais substancial e significativo na vida do que duas pessoas que se amam, que se comprometem a amar-se mais um ao outro para toda a vida, de maneira fiel, aconteça o que acontecer e com a missão de fazer o outro feliz”, assinalou Ibarzábal, de 29 anos de idade, em declarações ao Grupo ACI em 18 de novembro na Sala Paulo VI do Vaticano.

“É preciso recuperar a essência do matrimônio, por algum motivo é uma instituição milenar, que em muitas culturas funcionou, e acredito que a essência do matrimônio passa pela liberdade que temos para amar o outro, para escolhê-lo, e para, a partir disso, entregar-nos, que o essencial no matrimônio é o sentimento matrimonial”, afirmou.

Este jovem argentino, que percorre as principais universidades de todo o mundo para compartilhar a sua teoria sobre o amor, deu uma palestra sobre a necessidade de agir, “perdemos muito tempo defendendo as nossas ideias em vez de coloca-las ao serviço dos outros”, disse. Neste sentido, compartilhou os resultados de uma pesquisa elaborada com jovens de 15 anos na Argentina, onde 100 por cento afirmou estar de acordo em querer o amor para toda a vida, mas 80 por cento não acredita que isso seja possível.

“Eu tenho 29 anos e o grande tema na minha idade é a pergunta sobre o matrimônio. Ou seja, vale a pena me casar? Traz alguma vantagem em particular para minha vida concreta? Eu penso que é um grande desafio, porque por um lado somos a primeira geração em massa de filhos divorciados e temos medo e desconfiança diante do matrimônio, diante da duração do amor, e também nos custa ver quais são as diferenças práticas que existem e por último, realmente hoje parece que o matrimônio é uma instituição muito formal e custa muito caro casar-se da forma como as pessoas entendem”, explicou.

Segundo Ibarzábal, o Grupo Sólido tem como objetivo inspirar os jovens de todo o mundo a viver um amor sólido, para que fujam das relações líquidas e esporádicas, e busca “rebelar-se diante do que chamamos crises de união e propomos uma educação global no amor”.

“Para mim, hoje se debatem muitos temas, há muita controvérsia, e inclusive agressividade na discussão, e não estamos enfocando o tema principal: o da fragmentação familiar, que é o tema que gera mais sofrimento e dificuldades para a maioria das pessoas. Hoje a união como valor se perdeu nas relações românticas, e parece que os jovens perderam a esperança de que as relações podem funcionar, de que podemos ter famílias ecológicas, sustentáveis, e isso para nós é o grande desafio, deveríamos estar colocando o foco aqui e por isso falamos de uma rebelião do amor sólido, que queremos concretizar através de uma educação global no amor”, concluiu Ibarzábal.

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