Vaticano, 4 de dez de 2014 às 13:18
“Não sejamos cristãos de aparência”, pediu o Papa Francisco na missa matutina na capela da Casa Santa Marta. Hoje o Pontífice deu alguns conselhos de como ser um bom cristão na vida cotidiana, tendo como modelo o Evangelho do dia sobre a casa construída sobre a rocha.
O Santo Padre exortou a ser “santos da vida cotidiana”. “Pensemos nos doentes que oferecem seus sofrimentos pela Igreja, pelos outros. Pensemos nos muitos idosos sozinhos, que rezam e oferecem”, disse.
“Pensemos em tantas mães e pais de família que levam adiante com muita dificuldade a sua família, a educação dos filhos, o trabalho cotidiano, os problemas, mas sempre com a esperança em Jesus, sem aparecer, mas fazendo o que podem”.
O Pontífice recordou que também existem muitos sacerdotes “que não se fazem ver mas que trabalham em suas paróquias com muito amor” e “não se aborrecem porque seu fundamento é a rocha” que é Cristo.
“Devemos pensar muito na santidade escondida que há na Igreja, cristãos que permanecem em Jesus”, embora “pecadores”, porque “todos o somos”. Do lado contrário estariam “os orgulhosos, os vaidosos, os cristãos de aparência serão derrubados, humilhados”, enquanto que “os pobres serão os que vão triunfar, os pobres em espírito, aqueles que diante de Deus não se sentem importantes, os humildes, e realizam a salvação, colocando em prática a Palavra do Senhor”.
O Papa advertiu que não basta se declarar cristão, é preciso agir, “não basta pertencer a uma família muito católica, a uma associação ou ser um benfeitor se, depois, não se segue a vontade de Deus”.
Francisco acredita que existem muitos “cristãos de aparência” que “caem” nas primeiras tentações porque “não têm nenhuma substância” já que construíram a casa sobre a areia. Mas há muitos santos “no povo de Deus” que “não necessariamente estão canonizados, mas que são santos” porque “colocam em prática o amor de Jesus”. Quer dizer, “construíram sobre a rocha, que é Cristo”.
O Papa pediu a cada pessoa que pense “o que será de você” e ele mesmo respondeu: “comida para os vermes”. “Se não tivermos esta rocha, vamos terminar pisoteados”. Mas a alegria do cristão consiste em “saber que Ele é a esperança, é o perdão, é a paz, é a alegria” e “não em colocar a nossa esperança em coisas que hoje são e amanhã não serão”.
“E às vezes alguns desses cristãos cometem um pecado grave, mas se arrependem, pedem perdão, e isso é grande: a capacidade de pedir perdão, de não confundir pecado com virtude, de saber bem onde está virtude e onde está o pecado”.