Vaticano, 1 de jan de 2015 às 21:43
Ao presidir hoje a oração do Ângelus, o Papa Francisco alentou a procurar a paz e assegurou que “a oração faz germinar a paz”.
“Essa proximidade de Deus à nossa existência nos dá verdadeira paz: o dom divino que queremos implorar especialmente hoje, Dia Mundial da Paz. Estou lendo ali: ‘A paz é sempre possível’”.
O Santo Padre assegurou que “sempre é possível a paz! Devemos buscá-la...E naquela parte leio: ‘Oração é a raiz da paz’. A oração é justamente a raiz da paz. A paz é sempre possível e a nossa oração é a raiz da paz. A oração faz germinar a paz”.
À continuação, a íntegra das palavras do Papa Francisco antes da oração do Ângelus:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia e feliz ano novo!
Neste primeiro dia do ano, no clima de alegria - embora frio - do Natal, a Igreja nos convida a fixar o olhar de fé e amor na Mãe de Jesus. Nela, humilde mulher de Nazaré, “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Por isso, é impossível separar a contemplação de Jesus, o Verbo da vida que se tornou visível e tangível, da contemplação de Maria, que lhe deu seu amor e sua carne humana.
Hoje ouvimos as palavras do apóstolo Paulo: “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gal 4, 4). Aquele “nascido de mulher”, diz de forma essencial, e portanto, ainda mais forte, a verdadeira humanidade do Filho de Deus. Como afirma um Padre da Igreja, santo Atanásio: “Nosso Salvador foi verdadeiramente homem e dele veio a salvação para toda a humanidade”.
Mas São Paulo também acrescenta: “nascido sob a lei”. Com esta expressão, ele destaca que Cristo assumiu a condição humana libertando-a da fechada mentalidade legalista, insuportável. A lei, de fato, privada de graça, torna-se um jugo insuportável, e ao invés de nos fazer bem, nos faz mal. Jesus dizia: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. Eis então porque Deus nos envia o seu Filho à terra, para fazer-se homem: uma finalidade de libertação, antes ainda, de regeneração. De libertação “para resgatar aqueles que estavam sob a lei”; e o resgate aconteceu com a morte de Cristo na cruz. Mas, especialmente, de regeneração: “para que recebêssemos a adoção de filhos”. Incorporados Nele, os homens tornam-se verdadeiramente filhos de Deus. Esta passagem maravilhosa acontece em nós com o Batismo, que nos incorpora como membros vivos em Cristo e nos atrai para a sua Igreja.
No início de um novo ano nos fará bem recordar o dia de nosso Batismo. Redescubramos o presente recebido naquele Sacramento que nos regenerou na vida nova, a vida divina. E isto por meio da Mãe Igreja, que tem como modelo a Mãe Maria. Graças ao Batismo fomos introduzidos na comunhão com Deus e não estamos mais sob o poder do mal e do pecado, mas recebemos o amor, a ternura, a misericórdia do Pai celeste.
Pergunto-vos novamente: ‘Quem de vocês recorda o dia em que foi batizado? Para aqueles que não recordam a data de seu Batismo, dou uma tarefa para fazer em casa: procurar a data e guardá-la bem no coração. Vocês podem pedir ajuda aos pais, ao padrinho, à madrinha, aos tios, aos avós... O dia no qual fomos batizados é um dia de festa! Recordem ou procurem a data de vosso Batismo, será muito bonito para agradecer a Deus o dom do Batismo.
Essa proximidade de Deus à nossa existência nos dá verdadeira paz: o dom divino que queremos implorar especialmente hoje, Dia Mundial da Paz. Estou lendo ali: “A paz é sempre possível”. Sempre é possível a paz! Devemos buscá-la...E naquela parte leio: ‘Oração é a raiz da paz’. A oração é justamente a raiz da paz. A paz é sempre possível e a nossa oração é a raiz da paz. A oração faz germinar a paz.
Hoje é o Dia Mundial da Paz, “Não mais escravos, mas irmãos”: eis a Mensagem deste dia. Porque as guerras nos fazem escravos, sempre. Uma mensagem que nos envolve a todos. Todos somos chamados a combater todo tipo de escravidão e a construir fraternidade. Todos, cada um segundo a sua própria responsabilidade.
E lembrem-se bem: a paz é possível! E na raiz da paz, está sempre a oração. Rezemos pela paz.
Existem também aquelas bonitas escolas de paz, escolas para a paz: temos que seguir adiante com essa educação para a paz.
Apresentamos a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, as nossas boas resoluções. Pedimos-lhe para que estenda sobre nós em todos os dias do ano novo o manto de sua proteção maternal, “Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas na nossa prova, e livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”.
E vos convido todos a saudar hoje Nossa Senhora como Mãe de Deus. Saudá-la com aquela saudação: ‘Santa Mãe de Deus!’. Como foi aclamada pelos fiéis da cidade de Éfeso, no início do cristianismo, quando na entrada da Igreja gritavam aos seus pastores esta saudação dirigida a Maria: ‘Santa Mãe de Deus! Todos juntos repitamos três vezes: “Santa Mãe de Deus!”, “Santa Mãe de Deus!”, “Santa Mãe de Deus!”.