Rio de Janeiro, 2 de jan de 2015 às 23:59
“Jesus, o Redentor, não ignora as necessidades e sofrimentos de quantos estão aqui na terra!”, seus braços abertos convidam a construir uma cidade solidária, foi o chamado que o Papa Francisco fez em um vídeo aos milhares de brasileiros reunidos no dia 31 de dezembro na praia de Copacabana no Rio do Janeiro, cidade que no dia 1° de março de 2015 faz 450 anos de fundação.
“Abram os braços como o Cristo Redentor”, convidou o Santo Padre no vídeo, no qual -falando em português-, recordou a sua passagem pelo Rio de Janeiro em 2013 por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Francisco elogiou a beleza da cidade carioca, mas também criticou "as contradições que mancham esta beleza".
“Por um lado, o contraste gerado por grandes desigualdades sociais: opulência e miséria, injustiças, violência... Por outro, temos o que poderíamos chamar de cidades invisíveis, grupos ou territórios humanos que possuem registros culturais particulares. Às vezes parece que existem várias cidades, cuja coexistência nem sempre é fácil numa realidade multicultural e complexa. Mas, diante deste quadro, não percamos a esperança!", indicou no vídeo de sete minutos.
Nesse sentido, assegurou que a luz da fé "nunca faltou" na cidade do Rio de Janeiro. A luz de Cristo é irradiada pela imponente imagem do Cristo Redentor que, do alto do Corcovado, abraça a metrópole e reza para que todo mundo atue para eliminar os crimes e injustiças. “Jesus, o Redentor, não ignora as necessidades e sofrimentos de quantos estão aqui na terra! Seus braços abertos nos convidam a superar estas divisões e construir uma cidade unida pela solidariedade, justiça e paz”, assinalou.
Diante das divisões existentes, Francisco alentou o povo brasileiro a não ficar de "braços cruzados", mas "abrir os braços como o Cristo Redentor". E indicou que o caminho começa com um "diálogo construtivo", que é a "opção sempre possível" entre "a indiferença egoísta e o protesto violento".
Assim, o Santo Padre realizou um chamado “à construção de uma civilização mais justa e fraterna”. “Creio que todos podem aprender muito do exemplo de generosidade e solidariedade das pessoas mais simples; aquela sabedoria generosa de saber ‘colocar mais água no feijão’”, assinalou.
Por último, o Pontífice agradeceu novamente ao povo carioca a acolhida oferecida durante a Jornada Mundial da Juventude de 2013 e concluiu pedindo que rezem por ele.