VATICANO, 22 de fev de 2015 às 23:49
Ao presidir a oração do Ângelus hoje, Primeiro Domingo da Quaresma, o Papa Francisco destacou que estes 40 dias são “um tempo de luta espiritual contra o espírito do mal”.
Por isso, o Papa deu como conselho “ler cada dia o Evangelho”.
“Cada dia ler o Evangelho, meditá-lo, um pouquinho, dez minutos, e levá-los conosco, no bolso, na bolsa. Mas ter sempre o Evangelho à mão”
O Santo Padre assinalou que “o deserto quaresmal nos ajuda a dizer não à mundanidade, aos ídolos, nos ajuda a fazer escolhas corajosas conforme o Evangelho e a reforçar a solidariedade com os irmãos”.
Segundo a Rádio Vaticano, Francisco recordou que “na quarta-feira passada, com o rito das Cinzas, teve início a Quaresma e hoje é o primeiro Domingo deste tempo litúrgico que faz referência aos quarenta dias que Jesus passou no deserto, após o Batismo no Rio Jordão”.
“É uma prova da qual o Senhor sai vitorioso e que o prepara a anunciar o Evangelho do Reino de Deus. Ele, naqueles quarenta dias de solidão, enfrentou satanás “corpo a corpo”, desmascarou as suas tentações e o venceu. E nele todos vencemos, mas nós devemos proteger esta vitória no nosso dia a dia”.
O Santo Padre destacou que “a Igreja nos faz recordar tal mistério no início da Quaresma, porque isto nos dá a perspectiva e o sentido deste tempo, que é o tempo do combate – na Quaresma se deve combater – um tempo de combate espiritual contra o espírito do mal”.
“E enquanto atravessamos o deserto quaresmal, nós temos o olhar dirigido à Páscoa, que é a vitória definitiva de Jesus contra o Maligno, contra o pecado e contra a morte. Eis então o significado deste primeiro Domingo da Quaresma: colocar-nos decididamente no caminho de Jesus, o caminho que conduz à vida. Olhar Jesus, o que fez Jesus e seguir com Ele”.
Francisco destacou que “este caminho de Jesus passa pelo deserto. O deserto é o lugar onde se pode escutar a voz de Deus e a voz do tentador”.
“No barulho, na confusão, isto não pode ser feito; ouve-se somente vozes superficiais. Pelo contrário, no deserto, podemos descer em profundidade onde se joga verdadeiramente o nossos destino, a vida ou a morte”.
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“E, como ouvimos a voz de Deus? A ouvimos na sua Palavra. Por isto é importante conhecer as Escrituras, pois, de outra maneira, não sabemos responder às insídias do maligno”.
O Papa alentou a entrar no deserto “sem medo, porque não estamos sozinhos: estamos com Jesus, com o Pai e com o Espírito Santo”.
“Assim como foi para Jesus, é justamente o Espírito Santo que nos guia no caminho quaresmal, o mesmo Espírito descido sobre Jesus e que nos é dado no batismo”.
O Santo Padre destacou que “a Quaresma, por isto, é um tempo propício que deve nos levar a tomar sempre mais consciência do quanto o Espírito Santo, recebido no Batismo, operou e pode operar em nós”.
“Ao final do itinerário quaresmal, na Vigília Pascal, poderemos renovar com maior consciência a aliança batismal e os compromissos que dela derivam”.
Francisco expressou seu desejo de que “a Virgem Santa, modelo de docilidade ao Espírito, nos ajude a deixar-nos conduzir por Ele, que quer fazer de cada um de nós ‘uma nova criatura’”.
O Papa recordou também que hoje começam os Exercícios Espirituais da Cúria Romana, nos quais ele participará, e os confiou a Virgem Maria.
“A ela confio, em particular, esta semana de Exercício Espirituais, que terá início na tarde de hoje e à qual participarei junto com meus colaboradores da Cúria Romana. Rezem para que neste "deserto" que são os Exercícios, possamos escutar a voz de Jesus e também corrigir tantos defeitos que todos nós temos e também fazer frente às tentações que a cada dia nos atacam”.
“Vos peço, portanto, para nos acompanhar com a vossa oração”, concluiu.