DENVER, 2 de mar de 2015 às 11:30
Um estudo realizado pelo National Marriage Project dos Estados Unidos revelou que aqueles casais que esperam para começar a ter relações sexuais têm um nível maior de qualidade matrimonial.
O estudo, difundido pelo site Business Insider, chama-se “Antes do ‘sim’. O que as experiências pré-matrimoniais têm a ver com a qualidade conjugal entre os jovens adultos de hoje?”, e foi realizado por Galena Rhoades Ph.D., professora associada do departamento de psicologia da Universidade de Denver, e Scott Stanley, Ph.D., professor pesquisador e Co-diretor do Centro para Estudos Conjugais e da Família da Universidade de Denver.
A pesquisa recebeu a aprovação de ética da Junta Institucional de Revisão da Universidade de Denver.
Os pesquisadores destacaram que “as experiências que têm (ou não têm) com seus cônjuges antes de casar-se estão também relacionadas com a qualidade de seu matrimônio”.
“Um terço (32 por cento) dos indivíduos da nossa amostra reportou que a relação com o seu eventual cônjuge começou como um ‘sexo casual’ (hook up)”, indicaram, encontrando que estas pessoas, em média apresentaram “uma qualidade conjugal mais baixa”.
Os autores assinalaram que “estes resultados são compatíveis com o de outros estudos que encontraram sobre a associação entre qualidade conjugal e quanto tempo o casal esperou antes de ter relações sexuais”.
“Em geral, os casais que esperam para ter sexo mais tarde em suas relações reportam maiores níveis de qualidade conjugal”, indicaram.
Rhoades e Stanley assinalaram que entre as muitas explicações possíveis para esta relação, “uma é que algumas pessoas que já são mais propensas a dificuldades em relações românticas –tais como pessoas que são impulsivas ou inseguras–, também são mais propensas a ter sexo casual”.
“Aqueles em nosso estudo que disseram que a sua relação começou com sexo casual também disseram ter mais companheiros sexuais”.
Outra possível explicação apresentada pelos pesquisadores é que “essas relações que começaram com sexo casual poderiam ser relações cujos integrantes não estão em sintonia com relação a outras características que promovem felicidade conjugal, tais como compartilhar visões parecidas do mundo, valores e interesses”.
“Certamente, muitas relações que começam com sexo casual não terminam em matrimônio, mas daquelas que sim terminam em casamento, algumas terão companheiros que estavam unidos principalmente por causa da atração sexual antes de avaliarem um ao outro sobre outros aspectos importantes de compatibilidade”.
Por outra parte, Rhoades e Stanley também encontraram em seu estudo que “aqueles que já moravam juntos antes de ter um mútuo e claro compromisso para casar-se reportaram menores níveis de qualidade conjugal que aqueles que esperaram para mudar juntos até depois de planejar o matrimônio ou casar-se”.
“Em teoria, parecia que adaptar-se a viver juntos antes do matrimônio ajudaria o casal a negociar a transição ao matrimônio mais suavemente. Então por que coabitar antes de fazer um compromisso por casar-se poderia estar associado com menor qualidade conjugal? Um problema é que fica mais difícil de romper a relação”.
Os especialistas assinalaram que “os casais que coabitam compram móveis juntos, adotam bichos de estimação, assinam contratos de aluguel e se acostumam com uma rotina de viver em certo lugar juntos, todas as restrições que podem manter as pessoas em uma relação, inclusive quando não estão certas de que querem permanecer”.
“Alguns, portanto, poderiam cair em um matrimônio que poderiam de outra forma ter evitado”.
Em resumo, assinalaram, “viver juntos cria um destino de inércia que torna difícil mudar o seu rumo”.