ROMA, 3 de mar de 2015 às 10:00
Depois de queimarem a foto da Madre Teresa na Índia e de hostilizarem diversos missionários, foram registrados no país asiático novos episódios de violência contra comunidades e edifícios cristãos. Segundo os cristãos locais “alguns elementos antissociais estão tentando criar o pânico e a insegurança na sociedade”.
Um caso de vandalismo ocorreu em Goa, na Índia ocidental, onde uns homens profanaram uma igreja e destruíram uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes em uma paróquia de um povoado.
Em outro estado indiano, em Kerala, ao sul do país, um cemitério cristão no distrito de Pathanamthitta foi objeto de vandalismo, com sepulturas e lápides destruídas durante dois dias consecutivos. O muro do cemitério foi pichado.
Em Mangalore, no estado de Karnataka, na Índia central, uma sala de oração católica nos subúrbios da cidade foi apedrejada e as janelas foram quebradas. Segundo os cristãos locais “alguns elementos antissociais estão tentando criar o pânico e a insegurança na sociedade”.
Nova ameaça
“Vamos continuar com os programas de ghar Wapsi (reconversão ao hinduísmo), a menos que o governo não introduza leis nacionais anticonversão”, adverte Praveen Togadia, líder do Vishwa Hindu Parishad (VHP, radicais hindus), ao celebrar os 50 anos do grupo no distrito de Kandhamal (Orissa), em 28 de fevereiro.
As palavras de Togadia parecem ignorar as declarações realizadas recentemente pelo primeiro-ministro Narendra Modi em defesa da liberdade religiosa.
Togadia fez estas declarações depois das acusações de outro líder radical hindu, Rashtriya Swayamsevak Sangh, que disse que a Madre Teresa servia os membros desta religião só para convertê-los ao cristianismo.
“A calúnia feroz e repugnante contra a obra da Madre Teresa, disse Sajan George, também devem ser vistas sob a mesma luz. O primeiro-ministro pronuncia grandes discursos, enquanto os grupos extremistas continuam agindo sem serem incomodados”.
Às acusações feitas à fundadora das Missionárias da Caridade, Dom Henry D'Souza, Arcebispo Emérito de Calcutá, respondeu: “vou orar por eles, sempre a melhor maneira de ajudar estas pessoas é amá-las e ser misericordiosos”.
Sajan George, líder do Global Council of Indian Christians (Gcic), expressou que “a paz na zona ainda não se restaurou e ainda há tensões. A presença do VHP marginará e aterrorizará a comunidade cristã cada vez mais vulnerável”.