VATICANO, 4 de mar de 2015 às 15:32
O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, espera que a canonização do próximo dia 17 de maio de duas beatas da Terra Santa, María Bwardy de Jesus Crucificado e María Alfonsina Ghattas, alegre o povo palestino.
María Bwardy de Jesus Crucificado, da Ordem das Carmelitas descalças e María Alfonsina Ghattas, fundadora da Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém, viveram na segunda metade do século XIX e foram exemplos de santidade durante toda sua vida, parte da qual transcorreram na Palestina.
O anúncio de sua canonização chegou em 14 de fevereiro deste ano, durante o Consistório Ordinário Público no Vaticano, onde o Papa Francisco disse que as duas religiosas serão canonizadas em uma cerimônia conjunta com a Irmã Giovanna Emilia de Villeneuve, uma religiosa francesa fundadora da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição de Castres.
Ao ser perguntado pelo Grupo ACI em Roma sobre estas beatas, o Cardeal Amato disse que “a santidade não se acaba nunca. A santidade anima, especialmente a um povo como o palestino, que tem necessidade destes exemplos positivos que fazem muito bem”.
A autoridade vaticano fez estas declarações ao finalizar um encontro organizado no dia 27 de fevereiro pela Livraria Editora Vaticano em Roma para falar sobre o tema “Para que servem os santos?”.
Irmã María Bwardy de Jesus Crucificado
María de Jesus nasceu no povo galileu de Ibillin. A religiosa carmelita foi fundadora do Carmelo de Belém, na Palestina, onde ainda é possível visitar o seu quarto.
Em sua vida recebeu a graça dos estigmas e foi considerada uma figura mística por experimentar numerosos sonhos nos quais entrou em relação com Jesus.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Em sua beatificação em 1983, São João Paulo II disse dela que refletiu os diferentes rostos da Igreja grego-católica em que foi batizada e cresceu, e a Igreja Latina (de Roma), onde se preparou para a vida carmelitana.
Além disso, se uniu às comunidades cristãs no Líbano, Egito, França e Índia, e foi uma das poucas santas que receberam graças de alto valor, enriquecidas com abundantes estigmas, êxtase, conhecimento dos corações, profecias, posse angélica e, o mais inesperado para uma jovem analfabeta, o dom da poesia.
Irmã María Alfonsina Ghattas
Por sua parte, a irmã M. Alfonsina nasceu em Ein Karem, Jerusalém, e foi co-fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Rosário de Jerusalém, dedicadas a ajudar as pessoas de idade avançada, crianças, famílias pobres, assim como a lutar contra a pobreza moral, dando a cada indivíduo, através da cultura e da educação, os meios para desenvolver a fé e a dignidade.
Em sua beatificação em 2009, o Patriarca de Jerusalém disse que “a Madre Ghattas nasceu em uma família muito piedosa em Jerusalém, onde trabalhavam e oravam em família”.
A religiosa sentiu que o Senhor a chamou a abraçar a vida religiosa e se uniu à Congregação das Irmãs de São José da Aparição. Depois da primeira profissão, a madre superiora lhe confiou a missão de ensinar o Catecismo na escola das Irmãs de Belém.
Irmã María Alfonsina era um catequista incomparável, uma humilde educadora, e uma evangelizadora incansável. Teve a graça de viver visões repetidas de Nossa Senhora, quem a inspirou a estabelecer para as meninas de seu país uma congregação que levaria o nome de Irmãs do Rosário.
Desde a sua própria família, viveu uma piedade profunda, uma forte fé na Providência e uma completa confiança na Virgem Maria. Embora tenha sobressaído em duas virtudes especiais: por um lado o amor pelo silêncio e a vida retirada, e pelo outro o amor à cruz e ao sacrifício pelo outro.