BUENOS AIRES, 11 de mar de 2015 às 14:01
Na entrevista concedida ao jornal paroquial La Cárcova News de Buenos Aires, o Papa Francisco refletiu sobre a moda das “relações virtuais” e aconselhou aos jovens que desejam amar de verdade, que procurem o contato com o outro.
O entrevistador perguntou ao Pontífice “como se pode fazer para que (os jovens) saiam de seu mundo de fantasia e para ajudá-los a viver a realidade e as relações verdadeiras”.
O Papa respondeu: “Eu distinguiria entre o mundo da fantasia e as relações virtuais. Às vezes as relações virtuais não são de fantasia, são concretas, são de coisas reais e muito concretas. Mas, evidentemente o desejável é a relação não virtual, quer dizer a relação física, afetiva, a relação no tempo e no contato com as pessoas”.
“Você pode amar a outra pessoa, mas se não lhe aperta a mão, não lhe dá um abraço, não é amor; se ama alguém ao ponto de desejar casar com esta pessoa, ou seja, com o desejo de entregar-se completamente e não lhe abraça, não lhe dá um beijo, não é verdadeiro amor”, advertiu.
Para o Papa Francisco “o amor virtual não existe. Existe a declaração de amor virtual, mas o verdadeiro amor prevê o contato físico, concreto. Vamos ao essencial da vida. E o essencial é isso”.
Do mesmo modo, explicou que “o perigo que nós corremos agora é o de ter uma capacidade de informação muito grande, de poder relacionar-nos virtualmente dentro de toda uma série de coisas que pode levar a que nos tornemos jovens-museu”.
“Um jovem-museu está muito bem informado, mas o que faz com tudo o que tem? A maneira de ser fecundo na vida não passa por acumular informação ou manter somente comunicações virtuais, mas por trocar o concreto da existência. Em última instância quer dizer amar”.
“Eu gosto de falar das três linguagens: a linguagem da cabeça, a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Tem que haver harmonia entre os três. De tal maneira que você pense o que sente e o que faz, sinta o que pensa e o que faz, e faça o que sente e o que pensa. Isso é o concreto. Ficar somente no plano do virtual é como viver em uma cabeça sem corpo”, adicionou.