Após do tradicional giro de jipe para cumprimentar os fiéis de perto na praça de São Pedro, e de maneira especial as crianças, tema de sua catequese de hoje, o Papa Francisco afirmou que os pequeninos, não poucas vezes maltratados e excluídos, são um dom para a Humanidade. “São também as grandes excluídas, pois às vezes nem as fazem nascer”.

“Deus não tem dificuldade em se explicar às crianças, e elas não têm problemas em entender Deus”, disse o Santo Padre, explicitando que o termo ‘pequenos’ indica todas as pessoas que dependem da ajuda e dos cuidados de outros, e citou dois trechos do Evangelho de Mateus que ilustram como as crianças são “uma riqueza para a humanidade e para a Igreja”.

“Elas nos lembram constantemente que a condição necessária para ingressar no Reino de Deus é não se considerar autossuficientes, mas sempre necessitados de ajuda, de amor e de perdão; todos precisamos disto”, afirmou.

Segundo Santo Padre, “as crianças nos lembram que somos sempre filhos”, independentemente de nossa idade, de nossa situação, de nossa condição social; somos sempre “radicalmente dependentes”, visto que nós não “nos demos a vida, mas a recebemos”.

“O grande dom da vida é o primeiro presente que recebemos”, disse.

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Dentre as riquezas que as crianças oferecem à Humanidade, Francisco citou “o seu modo de ver a realidade, com confiança e pureza”: elas confiam sempre, espontaneamente, na mãe e no pai, em Jesus e Maria. “As crianças guardam pureza e simplicidade interior. As crianças não são diplomáticas. Dizem o que sentem e veem, não têm duas ‘caras’”.

As crianças também possuem a capacidade de sorrir e de chorar. “Algumas, quando me veem sorriem; outras choram, porque pensam que eu, vestido de branco, sou o médico que veio para lhes dar a vacina. Nós adultos temos que aprender de novo a sorrir e a chorar, e a nos questionar sobre isso. São duas coisas que nos ‘paralisam’”.

“Por isso Jesus nos convida a sermos como crianças, porque “o Reino dos céus é delas e de quem se parece com elas”. Concluindo, Francisco deduziu que “as crianças trazem alegria, esperança; certamente acarretam preocupações e por vezes, problemas, mas é melhor uma sociedade preocupada e problemática do que uma sociedade triste e cinzenta, sem crianças!”.

“Queridos irmãos e irmãs, as crianças levam vida, alegria, esperança, também problemas. Mas a vida é assim. Certamente também trazem preocupações e às vezes tantos problemas; mas é melhor uma sociedade com estas preocupações e estes problemas que uma sociedade triste e cinza porque ficou sem crianças! E quando vemos que o nível de nascimento de uma sociedade chega apenas a um por centro, podemos dizer que esta sociedade é triste, é cinza, ficou sem as crianças”, concluiu o Pontífice.