Índia deve cuidar de todos não só das vacas, diz Cardeal após estupro de freira idosa

ROMA, 20 de mar de 2015 às 14:15

Um Cardeal na Índia fez uma declaração enérgica à imprensa após inteirar-se sobre o dramático caso de uma freira de mais de 70 anos de idade que foi estuprada por três homens, e afirmou que “o país tem uma responsabilidade sobre todos nós –todos os seres humanos– e não apenas com as vacas”.

O Cardeal Baselios Cleemis Thottunkal. Arcebispo Maior de Trivandrum dos Siro-Malankares (Índia) fez esta declaração precisando que “é dever do governo proteger todos os que estão comprometidos com a construção do país e os grupos religiosos de todo tipo. Isso é o que é especial na Índia, o país e sua cultura. Isso tem que ser protegido”.

O Cardeal indiano fez estas afirmações depois que dois estados, Haryana e Maharashtra, aprovaram leis para proibir que as vacas sejam mortas, pois são consideradas sagradas no país. Nelas se estabelece penas de até dez anos de prisão e multas de 1500 dólares aproximadamente.

O Cardeal Tottunkal disse também que a segurança dos cidadãos não é apenas uma preocupação de uma minoria como os cristãos, mas da maioria que não quer que “se desfigure a malha secular do país”. “A nossa cultura tem lugar para todas as crenças, incluindo também o direito a não acreditar”, afirmou.

Por sua parte, o Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Bombaim, que já se manifestou sobre este fato, disse também que o estupro da religiosa idosa “gerou grande ansiedade na comunidade. Estes tipos de ataques são ruins para a imagem da Índia globalmente e também são ruins para a economia”.

Sobre este caso, os bispos da Índia afirmaram em um recente comunicado que “a violência física infligida às religiosas, o estupro de uma freira idosa e doente, a profanação de hóstias consagradas, são atos cruéis e desumanos, dos quais todos os cidadãos da Índia deveriam envergonhar-se!”.

Assim o indicam os prelados em um texto sobre os episódios ocorridos na escola de Jesus e Maria em Ranaghat, no estado de Bengala Ocidental, depois do qual a polícia prendeu três homens identificados graças às imagens das câmaras de circuito fechado.