VATICANO, 24 de mar de 2015 às 16:05
“O namoro perdeu o sentido do sagrado”, expressou o Papa Francisco na sua recente visita a Nápoles (Itália), ao falar sobre a crise do matrimônio e da família, afetada pelas colonizações ideológicas como a ideologia de gênero, “esse erro da mente humana”.
O Pontífice disse isso durante o encontro multitudinário que teve no passeio marítimo Caracciolo, no qual respondeu a três perguntas, a primeira de uma jovem, a segunda de uma idosa e finalmente de dois cônjuges que lhe perguntaram como se pode comunicar a beleza da família, servindo-se de uma pastoral “em saída” e não de defesa.
“A família está em crise: é verdade, não é nenhuma novidade -constatou Francisco- Os jovens não querem se casar, preferem conviver, tranquilos e sem compromissos; depois quando o filho chegar se casarão à força... A crise da família é uma realidade social”.
Nesse sentido, Francisco disse que o próximo Sínodo da Família abordará problemas como “a preparação para o matrimônio na Igreja. A preparação não é questão de um curso...: tornar-se esposos em oito lições... É outra coisa. Tem que começar em casa, com os amigos, na juventude, no namoro”.
“O namoro perdeu o sentido do sagrado, insistiu o Papa. Normalmente hoje namoro e convivência são quase a mesma coisa... Mas nem sempre... Como preparar um namoro que amadureça? Porque quando o namoro é bom, chega um momento em que tem que casar, porque já está maduro. É como a fruta. Se você comer sem estar madura, não estará boa. Mas tudo está em crise e lhes peço que rezem muito... Eu não tenho receitas... É importante o testemunho do amor, o testemunho de como resolver os problemas''.
O Santo Padre também se referiu às “colonizações ideológicas” que afetam a família; “modalidades e propostas que existem na Europa e chegam também do outro lado do Oceano. E há também esse erro da mente humana que é a teoria de gênero, que cria tanta confusão...”.
“O que se pode fazer com a secularização tão ativa? O que se pode fazer com esta colonização ideológica? O que se pode fazer com uma cultura que não leva em consideração a família, onde se prefere não casar? Eu não tenho receitas. A Igreja é consciente disto e o Senhor inspirou a convocação do Sínodo sobre a família, sobre tantos problemas...”, indicou o Pontífice.
Em sua recente viagem às Filipinas, o Papa também denunciou a existência de colonizações ideológicas que procuram redefinir “o matrimônio, guiados pelo relativismo, a cultura do efêmero, a falta de abertura à vida”.
Naquela ocasião exortou a estar atentos à nova colonização ideológica. “Existem colonizações ideológicas que procuram destruir a família. Não nascem do sonho, da oração, da missão que Deus nos dá. Vêm de fora, por isso digo que são colonizações. Não percamos a liberdade da missão da família".