ROMA, 24 de mar de 2015 às 16:18
No último dia 15 de março, a comunidade cristã em Lahore (Paquistão) foi novamente atacada quando dois suicidas muçulmanos entraram com explosivos em uma igreja católica e em outra protestante, causando pelo menos 17 mortos e 80 feridos; porém, a tragédia não foi maior graças ao sacrifício de Akash Bashir, um jovem salesiano de 19 anos que se lançou contra o atacante para evitar a morte dos fiéis de sua paróquia.
O fato ocorreu na igreja de São João, no bairro de Youhanabad em Lahore, de maioria cristã. O terrorista que atacou a paróquia católica aproveitou a distração de alguns dos guardas de segurança que viam pela televisão o jogo de críquete entre Paquistão e Irlanda.
Entretanto, Akash, que também era guarda de segurança, viu a carga de explosivos e parou o atacante perto da porta da igreja, para segundos depois, ao ver que a sua tentativa de convence-lo era vã, abraçá-lo e colocar o seu corpo como escudo no momento em que o terrorista explodiu o artefato, informou a agência salesiana ANS.
Minutos depois, outro atentado ocorreu em uma igreja protestante próxima. O balanço geral foi de 17 mortos e cerca de 80 feridos. Os dois ataques foram reivindicados pelo grupo Jamaat-ul-Ahrar (JuA). Fontes salesianas indicaram que se não fosse pelo sacrifício de Bashir –antigo aluno da escola profissional salesiana deste bairro-, o número de vítimas teria sido maior, “como pretendiam os terroristas”.
Conforme se informou, o clima de tensão e insegurança não cessa na cidade. Depois dos funerais, algumas manifestações terminaram em violência. Nas ruas "vivem-se cenas de violência selvagem e vandalismo, que com muita dificuldade puderam ser controladas pelas forças militares especiais", indicou a citada agência. "Estas manifestações violentas estão fazendo agora com que a segurança dos cristãos fique mais precária", acrescentou.
"A escola salesiana permanecerá fechada até que não se garanta totalmente a sua segurança; alguns jovens nem sequer podem voltar para suas casas, por causa das contínuas desordens e da violência nas ruas", indicou. "Como somos minoria cristã, há momentos em que a nossa única esperança está na ajuda de Deus e de sua Mãe Maria", assinalou.