SANTIAGO, 25 de mar de 2015 às 21:24
O Arcebispo de Puerto Montt no sul do Chile, Dom Cristián Caro Cordero, denunciou o “aproveitamento político” feito por algumas pessoas em relação aos incidentes registrados no sábado, 21 de março, durante a toma de posse do Bispo de Osorno, Dom Juan Barros.
No fim de semana a imprensa internacional fez uma ampla cobertura da toma de posse do Bispo de Osorno no sul do Chile, Dom Juan Barros Madrid, afetada pelo protesto de um grupo que o acusa de ter encoberto os abusos sexuais do sacerdote Fernando Karadima, algo que o Prelado negou em diversas ocasiões.
No sábado, dezenas de pessoas -incluindo não católicos- ingressaram na Catedral de Osorno com bandeiras e balões pretos para protestar contra o Prelado, enquanto a maioria dos que estavam dentro da igreja estavam com balões e bandeiras brancas em apoio a Dom Barros.
Vários dos envolvidos nas manifestações eram autoridades da cidade de Osorno e parlamentares como o deputado Sergio Ojeda e Fidel Espinoza, que levou ao Vaticano as assinaturas de rejeição da nomeação de Dom Barros por parte de diversos políticos.
Em relação a isso, o Arcebispo de Puerto Montt disse à imprensa que “essas pessoas têm direito a expressar-se, mas pacificamente, não com uma atitude violenta”.
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Nesta ocasião, disse, “acho que há um aproveitamento político. Sabemos que há um grupo de parlamentares que se mete no que não lhe corresponde. Perguntei ao Arcebispo de Serena, que tinha sido Bispo (de Osorno) se ele conhecia as pessoas que estavam participando das manifestações com os cartazes pretos (…) e me disse que praticamente não conhecia ninguém”.
O Prelado disse também que como existe a “separação entre Igreja e Estado, então cada um (deve estar) no seu. Fazer listas, manifestar, procurar o Núncio, o Papa… acho que não corresponde”.
Para o Arcebispo, este tipo de protestos serve mais para mostrar-se publicamente que para realmente expressar uma oposição: “às vezes se faz mais para a exportação, para a imagem (em vez de buscar o) diálogo, a conversa, a razão”.
Sobre o início do ministério de Dom Barros em Osorno, o Arcebispo de Puerto Montt disse que “evidentemente é preciso apoiá-lo, vai ser difícil para o novo Bispo porque vai encontrar certamente um ambiente de resistência”.