ROMA, 6 de abr de 2015 às 17:00
Cynthia Cheroitich é uma estudante cristã de 19 anos que sobreviveu o massacre da Universidade da Garissa (Quênia) graças a ter se escondido no armário de seu dormitório antes que entrassem os guerrilheiros do Shabab, que advertiram aos estudantes que só sairiam livres os que sabiam ler como muçulmano.
Cynthia Cheroitich,sobreviviente de masacre en universidad keniana de Garissa,fue hallada 2días después del ataque pic.twitter.com/7erx3X4rpw
— SANDRA ORTIZ (@sandra_ov) 6 abril 2015
O ataque do Shabab –filial do Al Qaeda na Somália–, deixou 148 mortos e ocorreu na manhã da Quinta-feira Santa. Os jihadistas foram primeiro à sala-de-aula onde se reuniam os cristãos para rezar e logo ingressaram nos dormitórios.
Ao ouvir os disparos, Cynthia decidiu esconder-se no armário e cobrir-se com a roupa, enquanto suas duas companheiras se refugiaram debaixo das suas camas até que os terroristas disseram que saíssem.
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“Disseram-lhes que se não soubessem ler na palavra muçulmana, o que quer que fosse, teriam que deitar-se”, relatou a jovem à CNN. E acrescentaram: “se souberem, vão para o outro lado”.
A jovem disse que não sabe o que aconteceu suas companheiras mas os terroristas disparavam por todos lados. “Não queria abrir meus olhos”, recordou.
Durante os dois seguintes dias continuou escondida dentro do armário e para vencer a sede teve que beber loção para o corpo. Quando chegou a polícia ela não quis sair, pois não sabia se eram oficiais ou terroristas. Ela deixou o esconderijo que a salvou do massacre às 10:00 a.m. do sábado quando ouviu um dos seus professores.
“Estava orando ao meu Deus”, disse a estudante à imprensa internacional.
O testemunho de Cynthia se soma ao de outros jovens cristãos e muçulmanos que conseguiram salvar-se do massacre, uma das piores ações cometidas pelo Shabab como represália à presença de tropas quenianas na Somália, país onde o grupo terrorista quer impor a lei islâmica.
Por sua parte, a Força Aérea do Quênia bombardeou duas bases do Shabab no sul da Somália em resposta ao ataque contra a Universidade de Garissa.