ROMA, 18 de abr de 2015 às 08:08
A vida dos cristãos no Paquistão há décadas é muito difícil, mas Ashiq Masih, esposo de Asia, nunca imaginou o que poderia sofrer por causa da sua fé.
No dia 16 de junho de 2009, a sua vida mudou radicalmente, pois neste mesmo dia prenderam a sua esposa, Asia Bibi, quando foi ao poço para tomar água e esse simples fato fez que as suas companheiras a acusassem de tornar a água impura para o resto de trabalhadores porque ela era cristã.
“Deste este dia a nossa família foi completamente destruída. Nossos cinco filhos vivem longe da mãe, pois ela está na prisão. Queremos que ela volte para a casa, e que possamos viver tranquilos”, afirma Ashiq, com o olhar de tristeza e profundamente dolorido pela prisão da sua esposa. Apesar de que a acusação não foi comprovada, Asia Bibi está na prisão, pois no Paquistão é comum que a lei ‘antiblasfemia’ se utilize para resolver assuntos pessoais.
Ashiq Masih e sua filha pequena estão na Europa para o Congresso ‘Todos somos nazarenos’ em Madri. Aproveitando sua visita a Roma, esteve no Vaticano e cumprimentou o Papa Francisco ao terminar a audiência geral da quarta-feira.
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“Nós levantamos muito cedo, sem tomar o café da manhã, e fomos à Praça de São Pedro para ter um bom lugar porque nos disseram que iriam muitas pessoas. Quando chegamos vimos milhares e milhares de pessoas que faziam fila para entrar na audiência”, explica o esposo de Asia Bibi.
“Vendo essa situação, saber que todos eles eram cristãos, jovens e mais velhos, minha fé se fortaleceu de maneira especial. Espero ter a oportunidade de viver minha fé tranquilamente, como durante a audiência geral em Roma”, aponta e assegura que um dos momentos mais especiais foi quando pôde beijar a mão do Papa: “Ser abençoado por ele e saber que rezará por Asia, fortalece minha esperança de que será liberada logo”.
Os ataques que sofrem os cristãos no Paquistão são frequentes. Recentemente um jovem foi queimado vivo por declarar-se cristão, e conforme afirmou Ashiq um casal de cristãos foram queimados vivos por causa de sua fé. A mulher estava grávida.
“Quando foi oficialmente acusada e levada à prisão, alguém lhe ofereceu muitos milhões de rupias para que se converta ao Islã. Mas ela não aceitou o dinheiro. Minha mulher tem uma fé muito forte, é uma cristã muito devota, sabe que Cristo lhe ajudará e também a nossa família”, explicou Ashiq.