“Se vocês forem o que devem ser, no mundo fogo vão acender”, disse Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja, grande advogada do Papado e proclamada co-padroeira da Europa por São João Paulo II. Foi uma jovem corajosa, filha de simples artesãos, analfabeta, recebeu o hábito da Ordem terceira de São Domingos. No dia 29 de abril a Igreja festeja a sua memória da sua morte.

Santa Catarina nasceu em Sena (Itália) em 1347 em uma família de pais devotos. Gostava muito da oração, das coisas de Deus e aos sete anos fez um voto privado de virgindade. Alguns anos depois, sua família tratou de convence-la para que se case, mas ela se manteve firme, servindo generosamente os pobres e os doentes.

Aos 18 anos recebeu o hábito da Ordem terceira Dominicana, vivendo a espiritualidade Dominica no mundo secular, ela foi a primeira mulher solteira a ser admitida. Teve que superar muitas tentações do diabo que procuravam que ela desistisse da sua vocação, mas ela continuava confiando em Deus.

Em 1366, Santa Catarina viveu um “matrimônio místico”. Estava rezando no seu quarto, quando viu a Cristo acompanhado de sua Mãe e um abraço celestial.

A Virgem Maria pegou na mão de Catarina e a levou à Cristo, Jesus colocou uma aliança no seu dedo, casou-se com ela e lhe revelou que estava sustentada por uma fé que poderia superar todas as tentações. Após esse momento, somente Catarina podia ver a aliança.

Naquela época surgiu uma peste e Catarina se dedicava ainda mais aos doentes, os preparava para o momento da morte, os enterrava com suas próprias mãos. Além disso, tinha o dom de reconciliar os piores inimigos, mais com suas orações do que com suas palavras.

Nesta época os Papas moravam em Avignon (França) e os romanos reclamavam de terem sido abandonados pelos seus Bispos, ameaçavam realizar um cisma.

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Gregório XI fez um voto secreto à Deus de voltar à Roma e lhe perguntou a Catarina se deveria voltar, ela respondeu: “Cumpra com sua promessa feita à Deus”. O Pontífice ficou surpreso pois não havia contado sobre o seu voto a ninguém, logo o Santo Padre cumpriu sua promessa e voltou para a Cidade Eterna.

Durante o pontificado de Urbano VI, os cardeais se afastaram dele por seu temperamento e declararam nula sua eleição, nomeando como Papa Clemente VII, quem moraria em Avignon. Santa Catarina enviou cartas aos cardeais para que reconheçam o autêntico Pontífice.

"Embora filha de artesãos e analfabeta por não ter estudos nem instrução, Catarina compreendeu, entretanto, as necessidades do mundo na sua época com tanta inteligência que superou os limites do lugar onde vivia, até o ponto de expandir sua ação à toda a sociedade humana; já não havia maneira de impedir a sua coragem, nem o seu desejo de salvar almas", afirmou São João Paulo II em 1980 pelo VI centenário da sua morte.

A santa também escreveu à Urbano VI exortando-o levar com garra e gozo os problemas, controlando o seu temperamento, o pontífice seguiu suas instruções. E, a pedido do Papa, Santa Catarina foi à Roma. Ela também escreveu aos reis da França e da Hungria para que deixem o cisma. De esta maneira defendeu o papado e impediu uma trágica cisão interna da Igreja na Europa.

Em outra ocasião Jesus lhe aparece novamente mostrando-lhe duas coroas, uma de ouro e outra de espinhos, para que escolha uma das duas. Ela respondeu: "Eu desejo, Oh Senhor, viver sempre aqui conforme a sua paixão, encontrar na dor e no sofrimento meu repouso e gozo". Logo escolheu a coroa de espinhos e colocou-a sobre a sua cabeça.

Santa Catarina morreu no dia 29 de abril de 1380 em Roma, aos 33 anos de forma súbita. Foi nomeada pelo Papa Paulo VI Doutora da Igreja em 1970 e proclamada co-patrona da Europa por São João Paulo II em 1999 junto a Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz.