ROMA, 8 de mai de 2015 às 10:55
Diante da perseguição e os ataques de fundamentalistas islâmicos, os cristãos perdoam e amam o inimigo, afirmou ao grupo ACI o Cardeal Telesphore Placidus Toppo, Arcebispo de Ranchi (Índia).
O Cardeal Toppo se referiu à perseguição contra os cristãos especialmente no Oriente Médio, onde os terroristas muçulmanos do Estado Islâmico assassinaram milhares deles e geraram o deslocamento de milhões de cidadãos, não só cristãos, dos seus lugares de origem.
Na sua opinião, “existe uma realidade atual de sofrimento pela perseguição que sofrem os cristãos, especialmente no Oriente Médio. Eu estou surpreso. Como podem fazer algo assim? De vez em quando lembramos dos campos de concentração de Auschwitz e no Holocausto: Como puderam fazer algo assim? Também hoje no século XXI o estão fazendo. É difícil entender o ser humano”.
O Purpurado indicou ao grupo ACI: “Esta tragédia está repetida e diante desta situação, indicou, os cristãos devem responder como Jesus: Ele perdoou. Também seu apóstolo Santo Estevão (o primeiro mártir cristão) e muitos outros perdoaram. Por isso, só podemos responder com o caminho do amor. Jesus é o caminho, a verdade e a vida, mas não todos o aceitaram”.
Sobre o fundamentalismo e a situação da Índia, assegura, “já estão atacando as Igrejas” e atribui este ataque simplesmente porque “o homem é pecador”.
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O Cardeal fez menção as recentes declarações de um líder hindu que afirmou: “As pessoas que atacam templos cristãos não violam lei alguma e, além disso, devem ser protegidas legal e administrativamente quando decidirem seguir o caminho da violência contra as igrejas.
“Aqueles que não sabem e não conhecem Jesus não podem perdoar porque não sabem o que é o perdão. Eles pensam que agindo assim estão servindo a Deus. É o pecado original que todos nós temos. Por isso toda a inteligência, toda a qualidade humana tem esta debilidade, esta categoria, esta inclinação. Não podemos amar-nos uns aos outros como Deus quer, não é fácil”, afirma o Cardeal Toppo.
O Cardeal indiano também se referiu ao Ano Santo da Misericórdia que o Papa Francisco convocou a partir do dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, e terminará no dia 20 de novembro de 2016, na Festa de Cristo Rei: “é um convite, uma oportunidade de testemunhar a misericórdia que recebemos do Senhor. Temos o privilégio ser cristãos”.
“Deus nos mostrou sua misericórdia. Por isso este ano podemos dar um testemunho ainda mais profundo em cada instante de nossa vida; devemos compartilhá-lo com todos os pobres e com aqueles que sofrem”, comentou o Purpurado.
Para concluir, recordou: “O perdão também deve ser aplicado aos que perseguem as pessoas que creem em Jesus. (...) Devemos começar pela própria casa, na vida de cada um de nós e assim dirão de nós como disseram dos primeiros cristãos: ‘vejam como se amam!’. Apesar de todos estes fundamentalistas, que possamos dizer: ‘eles vivem como irmãos e irmãs’”.