Roma, 5 de jun de 2015 às 13:47
O Papa Francisco chegará a Sarajevo como promotor da paz e a fraternidade, afirmou o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, ao explicar a realidade que vive este pequeno país dos Bálcãs que busca curar as feridas da cruenta guerra na década de 90 e onde a Igreja teve seu número de fiéis reduzidos à metade.
Bosnia Herzegovina formou parte da antiga Iugoslávia e sofreu uma cruenta guerra na década de 1990, logo depois da queda do comunismo na Europa Oriental. No presente, o país luta por levar adiante a reconciliação entre seus diferentes grupos étnicos e religiosos.
“Em algumas paróquias só restam poucas famílias ou só idosos. Hoje se registra sobretudo o fenômeno da emigração de jovens, causada pela falta de trabalho”, assinalou à Rádio Vaticano o Secretário de estado, Cardeal Parolin.
“Apesar da dificuldade, a Igreja segue desenvolvendo sua missão de anunciar o Evangelho e a caridade entre todas as pessoas... para que a Igreja seja fermento vivo na sociedade, inclusive se se trata de uma sociedade complexa e de certo modo difícil”, acrescentou o Cardeal.
Sarajevo, também conhecida como a Jerusalém da Europa, convivem bósnios, sérvios e croatas, que recordam no próximo mês de dezembro o 20º aniversário do fim da guerra, que deixou muitas feridas na sua malha social.
Nesse sentido, o Cardeal disse que “todos esperam ao Papa com muita esperança e expectativas, e realmente confiam que possa ajudar a que a Bósnia-Herzegovina se torne uma casa acolhedora para todos seus habitantes”.
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A visita do Papa tem por lema “A paz esteja com vocês”. Nesse sentido, o Cardeal disse que Francisco “deseja animar acima de tudo aos fiéis católicos da Bósnia-Herzegovina e depois suscitar fermentos de bem naquela terra, favorecer a amizade, fraternidade, diálogo interreligioso e a paz no país”.
O Cardeal Parolin sublinhou a necessidade de contribuir à igualdade entre os cidadãos e suas classes sociais, culturas e políticas, para que todos se sintam irmanados em uma mesma identidade, e sua esperança de ver finalmente este país formar parte da União Europeia.
“Esperamos que esta viagem do Papa não só ajude a contribuir ao bem comum e à melhoria da situação do país, mas também seja um convite a todos os homens e países a encontrarem as razões da paz, da reconciliação, e do progresso tanto humano, espiritual, como material”, concluiu.
Esta será a oitava viagem internacional do Papa Francisco e o décimo primeiro país que visita. Entre os acompanhantes do Pontífice estarão o Cardeal Jean Louis Tauran, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso; e o Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos.
Entre outras atividades, o programa contempla um encontro ecumênico e interreligioso no Centro internacional estudantil franciscano, um encontro com os jovens e uma Missa no Estádio Koševo.