SARAJEVO, 6 de jun de 2015 às 13:17
O Arcebispo de Vrhbosna (Bosnia-Herzegovina), Cardeal Vinko Puljic, dirigiu um emotivo discurso ao Papa Francisco ao concluir a multitudinária Missa no Estádio Koševo, na que participaram mais de 60 mil pessoas. Em sua mensagem, o purpurado assegurou que a fé de seus antepassados e a fé das famílias ajudou o povo bósnio a sobreviver às perseguições contra os cristãos ao longo de sua história.
O Cardeal Vinko Puljic assegurou que “aqui estão nossas centenárias raízes. Ao longo da história experimentamos várias ondas de perseguição, martírio e injustiças. Graça à fé valente de nossos antepassados e o ânimo da fé dentro das famílias, sobrevivemos até hoje”.
O Arcebispo agradeceu ao Papa Francisco por sua presença, por suas orações “conosco e por nós”. “Obrigado pelas palavras de pastor que nos dirigiu”, concluiu o Purpurado.
O Cardeal Puljic assegurou ao Papa: “Estou convencido de que estamos unidos na oração não só os católicos, mas todos outros, cada um à sua maneira rezou através de seus bons desejos, inclusive aqueles que não se consideram crentes”.
“Este país, Bósnia-Herzegovina, no século passado experimentou terríveis guerras e regimes. Está ferido e esgotado. A Igreja Católica nesta região se reduziu à metade. Com tristeza constatamos cada dia que somos cada vez menos”, lamentou Dom Puljic, e assegurou ao Papa Francisco que “sua palavra de pai, a oração de pastor e sua presença forte e de autoridade nos dão a força para viver aqui e trabalhar com outros para construir a paz e o diálogo deste país”.
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Ao expressar seu agradecimento em nome da Conferência Episcopal da Bósnia-Herzegovina e também o de saudação dos bispos da vizinha a Croácia, o Arcebispo de Vrhbosna disse ao Santo Padre que “este dia e este evento é um firme apoio aos pastores e a todos os fiéis deste país”.
O Cardeal Puljic recordou a Francisco que “seus predecessores na Cátedra de Pedro tiveram em seu coração nosso sofrimento e um ouvido atento aos nossos gritos”.
Continuando, o Cardeal disse ao Papa que “sua presença nos anima mas ao mesmo tempo é uma mensagem ao mundo que expressa que queremos ser o que somos, queremos permanecer neste chão nativo com outros e com os que são diferentes, para construir o futuro deste país sobre a base da igualdade de direitos e liberdades”.
Ao finalizar sua mensagem, o Arcebispo pediu ao Papa sua oração “para que não renunciemos a enfrentar todos os dias os muitos desafios da vida”.
“Queremos ser testemunhas contentes da esperança e arautos apaixonados da boa notícia, mas isto não é possível sem a graça de Deus”, indicou.