VATICANO, 12 de jun de 2015 às 15:47
Por ocasião da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Papa Francisco participou nesta sexta-feira, 12, do 3º Retiro Mundial de Sacerdotes, em Roma. O Pontífice proferiu uma meditação sobre o tema “Transformados pelo amor e por amor”, na qual incentivou os padres a serem apaixonados por Cristo.
O Retiro teve início na quarta-feira, 10, na Basílica de São João de Latrão, e segue até o domingo, 14, tendo por tema “Chamados à santidade para a nova evangelização”. O mesmo é promovido pelo Serviço Internacional da Renovação Carismática e pela Fraternidade Católica.
Participaram da meditação do Papa nesta sexta mais de mil sacerdotes provenientes de diversos países, além de religiosas e seminaristas. Aos presentes, o Pontífice falou por cerca de duas horas, dividindo seu tema em cinco partes: “reunidos, reconciliados, transformados, fortificados e enviados”, baseado em citações bíblicas e na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.
“O sacerdote, à medida que vai andando no amor com Jesus, sente o carinho de seu Mestre de maneira distinta. E o busca, o comunica e o ama com carícias renovadas. Amem, deixem-se amar, abram o coração a Ele”, exortou.
Francisco lembrou que o chamado de Deus ao sacerdote é de amor e deve ser respondido da mesma forma. Segundo ele, da mesma forma que um casal apaixonado não deixa de falar de sua paixão, também o padre apaixonado por Cristo demonstrar isso. “Quando um sacerdote é apaixonado por Jesus se nota, se reconhece, se vê esse amor que é transmitido constantemente”, observou.
E mesmo em momentos de dificuldade, ressaltou o Pontífice, o sacerdote se aproxima do sacrário e dialoga, com amor, com seu Senhor. E é isso que o anima em sua missão e ministério. “Nos piores momentos, quando estiverem zangados ou tiverem sido infiéis ao Senhor, não tenham medo, aproximem-se do sacrário”, animou.
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Para o Papa Francisco, o amor recebido de Jesus é o primeiro motivo que leva um sacerdote a evangelizar. “É a experiência de sermos salvos por Ele que nos incentiva e encoraja a amar sempre mais. Todo sacerdote tem suas debilidades, não obstante, Jesus o coloca a serviço do seu povo”.
Referindo-se ainda à realidade do sacerdote, Francisco abordou questões como a homilia e o Batismo. Sobre a primeira, reforçou suas preocupações com a importância das homilias, propondo uma “linguagem positiva e não tanto proibitiva”. E alertou ainda que os fiéis querem ouvir dos padres palavras que falem aos seus corações.
“Existem homilias que são ótimas aulas de teologia, mas não chegam ao coração. Não se esqueçam que a homilia não é uma conferência, uma lição de catequese, é um sacramental. É colocar o melhor de mim para que o Espírito Santo fale, para que toque o coração”.
Sobre o Batismo, o Santo Padre defendeu que este não seja recusado a recém-nascidos filhos de mães solteiras ou de pais que voltaram a casar. “O Batismo não pode ser negado a ninguém. Por favor, que isso fique marcado em seus corações. Não aterrorizem o povo de Deus, não os façam fugir. Ninguém me contou isso, eu vi (…). Por favor, uma Igreja sem Jesus e sem misericórdia, não”, pediu.
Ao final de sua meditação, Papa Francisco respondeu a perguntas de alguns sacerdotes presentes. Em responda a um dos questionamentos, o Santo Padre anunciou que visitará a África em novembro. Em sua primeira passagem pelo continente, irá a República Centro-Africana e Uganda.
“Se Deus quiser, estarei na África no mês de novembro, primeiro na República Centro-Africana e depois em Uganda. Ainda é uma possibilidade, mas não é certo porque há problemas para a organização, o Quênia”, contou.