Na Audiência Geral desta quarta-feira, 17, Papa Francisco deu prosseguimento ao ciclo de catequeses sobre a família, desta vez, abordando o luto. O Santo Padre indicou o caminho do amor e da fé para lidar com a dor desses momentos.

Francisco explicou que a experiência da morte é vivida por todos, sem exceção. Mas, reconheceu que, quando se dá na família, é muito difícil vê-la como algo natural. “A perda de um filho ou de uma filha é como se o tempo parasse. Abre-se um buraco que engole o passado e também o futuro”, disse, assinalando que também quem fica órfão tem o sofrimento e se pergunta quando voltará seu pai ou sua mãe.

O Pontífice afirmou que a dor da morte gera uma espécie de buraco negro nas famílias que, não alcançando explicações, chegam inclusive a culpar Deus. “Mas essa raiva é um pouco o que vem da grande dor, da perda de um filho, de uma filha, de um pai, de uma mãe. Isso ocorre continuamente nas famílias”, declarou, dizendo entender os que assim reagem.

Mas, observou que a morte tem “cúmplices”, que muitas vezes são piores que ela, tais como o ódio, a inveja, a soberba e a avareza. De acordo com o Papa, “o pecado faz com que esta realidade seja ainda mais dolorosa e injusta”. Por isso, vez votos de que o homem não se acostume com os atos de ódio que levam à morte.

“Pensemos na absurda ‘normalidade’ com a qual, em certos momentos e lugares, os eventos que acrescentam horror à morte são provocados pelo ódio e pela indiferença de outros seres humanos. O Senhor nos liberte de nos acostumarmo-nos a isso!”.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Francisco ressaltou que “Jesus nos ensina a não temer a morte, mas também a vivenciá-la de forma humana. Ele mesmo chorou e ficou turbado ao compartilhar o luto de uma família querida”.

O Santo Padre recordou que “entre os cristãos, há muitas famílias que dão um belo testemunho de que a fé na Ressurreição é fonte de força e consolação”. Isto, explicou, “protege-nos tanto do niilismo como das falsas consolações supersticiosas e nos confirma que a morte não tem a última palavra”.

“Realmente, quando uma família de luto encontra forças para perseverar na fé e no amor que une as pessoas caras, experimenta-se que o amor é mais forte que a morte”, pontuou.

O Papa, então, aconselhou a agir diante da morte com fé, amor e esperança. “Na fé, podemos nos consolar um com o outro sabendo que o Senhor venceu a morte de uma vez por todas. Nossos entes queridos não desapareceram na escuridão do nada. A esperança nos assegura que eles estão nas mãos boas e fortes de Deus”.

Ao fim da Audiência, Francisco se dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa: “Faço votos de que nos seus corações reine a certeza de que o amor misericordioso do Pai celeste não esquece ninguém e se revela especialmente próximo daqueles que são deixados para trás pela cultura do descarte. Que Deus abençoe a cada um de vocês e quantos lhes são queridos”.