TURIM, 22 de jun de 2015 às 17:00
O Arcebispo de Turim (Itália) e custódio do Santo Sudário, Dom Cesare Nosiglia, assinalou que existe uma clara relação entre a Síndone –o tecido que, segundo a tradição, cobriu o corpo de Jesus logo depois da crucificação– e o sofrimento de muitos cristãos que atualmente são perseguidos por causa da sua fé em diversos lugares do mundo.
Em declarações ao Grupo ACI e na véspera da viagem que o Papa Francisco fez à Turim para venerar o Manto Sagrado, o Arcebispo disse: “Existe uma relação evidente entre a Síndone e a atual realidade histórica. Vemos que este tecido nos convida contemplar a Paixão e Morte de Jesus junto a uma narração de sofrimento e dor, algo que se une ao presente trágico de muitos cristãos perseguidos por acreditar em Cristo".
Atualmente os cristãos sofrem perseguição em diferentes países do mundo: No Iraque, na Síria, no Paquistão, na República Centro-africana, na Nigéria, na Índia, na China, no Vietnam, entre outros.
“Quando contemplamos a Síndone compreendemos que não somos nós quem vemos este rosto, mas somos nós quem devemos sentir-nos olhados por Ele e convidados a não passar superficialmente por cima de tanto sofrimento ao nosso redor e no resto do mundo”, afirmou Dom Cesare.
Segundo o Arcebispo, “o Santo Sudário que o Santo Padre venerou neste domingo é a prova de que Cristo, nosso Senhor e Redentor, não quis passar por cima da nossa miséria, mas quis na verdade compartilhar todos nossos sofrimentos”.
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“A partir desta intensa experiência de amor, Ele nos convida a sair das nossas seguranças e anunciá-lo à um mundo que não percebe que necessita d’Ele”, sublinhou o Arcebispo.
“A Síndone é a participação de nossa morte que representa o maior amor, a solidariedade mais radical: Deus se fez homem e chega a uma solidão extrema e absoluta do homem, aonde não chega amor algum, onde reina o abandono total sem palavras de consolação”, disse o Arcebispo de Turim.
“Jesus, permanecendo na morte, ultrapassou a porta desta solidão, a fim de que nos guie e nos ajude a passar por esta porta com Ele”.
“O lema da ostensão (exibição) do Santo Sudário deste ano, ‘O maior amor’, sublinha a profunda relação entre o amor de Deus por cada um de nós! O amor, a caridade que estamos chamados a viver no serviço aos nossos irmãos”, declarou o Arcebispo.
Esta ostensão, ressaltou Dom Cesare Nosiglia, “é ocasião para promover a irmandade, o altruísmo e a generosidade, especialmente durante a conjuntura atual, na qual presenciamos uma forte ameaça do ódio e do fanatismo”, concluiu.