SANTIAGO, 25 de jun de 2015 às 14:03
“Feliz pelo triunfo, pelo gol, mas, sobretudo, feliz pelo presente que já chegará. Te amo Alessandra”, esta frase foi publicada pelo jogador de futebol chileno Gary Medel em sua conta de Twitter. Depois de fazer um gol no jogo contra a Bolívia pela Copa América, ele comemorou colocando a bola debaixo da sua camiseta e lhe deu um beijo, referindo-se a sua filha que logo nascerá.
Feliz por el triunfo, por el gol, pero por sobre todo feliz por el regalo que pronto llegará. Te amo Alessandra ???? pic.twitter.com/KuN1CBAOUb
— Gary Medel (@MedelPitbull) 20 junho 2015
O gesto do jogador Medel durante o jogo do dia 19 de junho, no qual o Chile ganhou a Bolívia de 5 a 0 e que definiu a classificação da equipe às quartas de final. Na última quarta-feira, 24, o Chile enfrentou o Uruguai, atual campeão. Sua atitude provocou o grito dos torcedores chilenos no estádio e quando publicou uma imagem da ecografia da sua filha no Twitter, recebeu mais de 3 mil retweets e mais de 5 mil favoritos.
Frente a este gesto admirado tanto nas redes sociais como em diferentes programas de televisão, as líderes do Movimento ‘Mujeres Reivindica’ enviaram uma carta ao jornal chileno ‘El Mercúrio’, na qual assinalam que “através desta imagem da sua filha, o jogador de futebol chileno denuncia a desumanização daqueles que estão por nascer, que durante muito tempo os grupos pró-aborto tentaram legalizar”.
“A imagem da pequena Alessandra despertou a admiração total das pessoas e uma imensa alegria demonstrada mediante comentários de bons desejos por esta ‘filha que está a caminho’, por um ‘bebê que é um presente’”, indica o texto do Movimento ‘Mujeres Reivindica’ que é liderado por Natalia Arévalo, Yasmin Gray, Francisca Jofré, Sandra Méndez e Rosário Vidal.
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“Ninguém fez referência a esta imagem como um apêndice, não parabenizaram este pai por este ‘simples embrião’, nem se sentiram ofendidos por ‘chamá-la desde então pelo seu nome: Alessandra’. Ninguém chamou o jogador de ‘fanático religioso’ por tratá-la de ‘filha’”, assinalaram as líderes deste Movimento.
“Estes e outros qualificativos, que podem parecer chocantes, são usados para argumentar a favor do aborto, como quando durante esta semana subimos um vídeo educativo médico de um embrião de oito semanas vivo e mexendo-se”.
Assim o indicaram fazendo menção ao vídeo publicado na conta do Twitter deste Movimento, este mostrava um bebê com oito semanas de gestação durante uma cirurgia de gravidez ectópica (uma gestação que se desenvolve fora do útero, geralmente numa trompa de falópio).
Em sua carta afirmam também: “Parece pouco provável que ‘um montão de células’ possa transformar-se tão arbitrariamente em ‘um lindo bebê’, dependendo de que esteja bem ou mal a forma na qual foi concebido”.
O Movimento ‘Mujeres Reivindica’ é um grupo cidadão formado em 2012 no Chile, aderido por mulheres de diferentes posturas políticas e sociais que trabalham, entre outras coisas, pela equidade e inclusão das mulheres e na defesa do direito à vida de todo ser humano.
Atualmente, no Chile, estão discutindo um projeto de descriminalização do aborto, que foi apresentado pelo Governo da Presidente Michelle Bachelet em janeiro deste ano.
Até então foram realizadas no pais diversas manifestações contra a iniciativa legal por parte de organizações cidadãs, grupos de crianças com Síndrome do Down e movimentos de mulheres que defendem a dignidade da mulher e do bebê está por nascer.