REDAÇÃO CENTRAL, 30 de jun de 2015 às 16:16
Segundo a informação veiculada por diversos meios de comunicação brasileiros, o Bispo da Diocese de São José do Rio Preto (SP), Dom Tomé Ferreira da Silva, passa por uma investigação encomendada pelo Vaticano. A informação, porém, não foi oficialmente confirmada pela Diocese nem pelo Prelado. O bispo é acusado de abuso de dinheiro da diocese, ocultar um relacionamento com seu ex-motorista, assediar moralmente membros do clero e de omissão ante denúncias contra sacerdotes. Em entrevista a um diário local, o bispo declarou apenas que “à Igreja, através dos seus responsáveis, foram dadas todas as informações solicitadas”.
Em reportagem publicada no dia 14 de junho, o Diário da Região, um jornal da cidade sede da diocese, afirma-se ainda que o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, seria o encarregado de conduzir as investigações. Supostamente, segundo outros veículos, as mesmas teriam sido encomendadas pelo Vaticano através da Nunciatura apostólica no Brasil. O Cardeal esteve na cidade no mês passado para conversar com Dom Tomé, com alguns padres do Colégio de Consultores e outros três sacerdotes diocesanos e com o ex-motorista do bispo.
A assessoria de imprensa da Arquidiocese de São Paulo confirmou a ida de Dom Odilo a São José do Rio Preto. Em nota, informou que foi uma “visita fraterna e privada a Dom Tomé Ferreira da Silva”. De acordo com a assessoria, na ocasião, o Arcebispo “também conversou com outras pessoas sobre a Diocese de São José do Rio Preto”. E finalizou declarando que “o Cardeal não comentará o assunto”.
Para a perplexidade de alguns fiéis, em entrevista ao jornal Diário da Região, que foi veiculada junto à reportagem sobre a investigação, Dom Tomé negou as acusações mas não confirmou se está ou não sendo investigado, muito menos se é verdade que a investigação parte da Santa Sé. “A Igreja é mãe e mestra. Saberá discernir e avaliar”, disse.
No dia 15 de junho, o Colégio dos Consultores da Diocese de São José do Rio Preto emitiu uma declaração em razão da matéria divulgada pelo jornal local. No texto afirmam: “Manifestamos nossa solidariedade cristã e comunhão com o Bispo Diocesano, e compartilhamos de seu sofrimento, com nossa oração, amizade e apoio na condução do povo de Deus”.
A declaração expressa “desagrado a respeito da existência de cartas anônimas, com pseudônimos, endereços falsos, que geram boatos e calúnias”.
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Assinada pelos Padres José Irineu Vendrami, Jarbas Brandini Dutra, Alexandre Marques de Andrade, Edvaldo Rosário Calazans, Leonel Brabo e Sander Marcos Freitas Vieira, a nota sublinha “um compromisso de sigilo”, que dizem manter rigorosamente. “As informações dadas e veiculadas pela imprensa não partiram absolutamente do Colégio de Consultores”, declara.
Na manhã da última quinta-feira, Dom Tomé Ferreira da Silva se reuniu com os padres da Diocese de São José do Rio Preto. À tarde, foi divulgada uma nota, que confirma a reunião dos sacerdotes, mas, sem menção alguma à investigação em curso ou às acusações contra o Bispo.
Assinado pelo coordenador da Pastoral Presbiteral, Pe. Marcos Figueira, e pelo assessor de comunicação, Pe. Marcio Tadeu Reiberti A. de Camargo, o texto declara: “As instituições de um modo geral, estão sendo cada vez mais questionadas e, principalmente, as atitudes de seus líderes, como é nosso caso”.
Os padres contam ter se reunido para, “frente rumores veiculados”, não perderem o foco de sua missão, que é “levar o conforto aos necessitados nas inúmeras instituições” que mantêm e “presidir incontáveis sacramentos” que celebram “levando a Palavra de Deus e a Comunhão”.
Por fim, afirmam: “Seguimos anunciando, porque conhecemos aquele que é o Caminho, a Verdade e Vida, Jesus Cristo, nosso Pastor e Guia”.
A Redação de ACI Digital entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Diocese de São José do Rio Preto com objetivo de confirmar a existência e o conteúdo da investigação, que nos pediu enviar as perguntas ao prelado por e-mail. Até o fechamento desta edição não houve resposta por parte da Diocese ou de Dom Ferreira da Silva.