Depois de uma exaustiva jornada na qual viajou de ida e volta à Guayaquil, o Papa Francisco enfrentou uma grande diferença de clima e altitudes, e por isso decidiu não pronunciar o discurso que tinha preparado para sua visita à Catedral de Quito. O Papa apenas dirigiu uma breve alocução aos presentes e rezou com eles a Ave Maria.
Entretanto, o texto foi disponibilizado à imprensa em idioma espanhol.

Confira o texto completo da saudação que o Santo Padre preparou para sua visita à Catedral de Quito:

“Queridos irmãos: Venho a Quito como peregrino, para compartilhar com vocês a alegria de evangelizar. Saí do Vaticano saudando a imagem de Santa Mariana de Jesus que, no exterior da abside da Basílica de São Pedro, vela pelo caminho que o Papa percorre tantas vezes.

Também encomendei a esta Santa o fruto desta viagem, pedindo-lhe que todos nós pudéssemos aprender através do seu exemplo. Seu sacrifício e sua heroica virtude são representadas por uma açucena. Entretanto, na imagem que está em São Pedro, ela carrega um buquê de flores, porque ela oferece ao Senhor, desde o coração da Igreja, todos vocês e todo o Equador.

Os Santos nos convidam imitá-los, querem que sigamos seus passos, como exemplo as equatorianas Santa Narcisa de Jesus e a Beata Mercedes de Jesus Molina, enaltecem aqueles que sofrem ou sofreram a orfandade, quantos tiveram que cuidar de irmãos ainda pequenos e aqueles que se empenham diariamente no cuidado dos enfermos ou idosos; como também o fez Mariana, imitada por Narcisa e Mercedes.

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Isso não é difícil, se Deus estiver conosco... Elas não fizeram grandes obras aos olhos do mundo. Somente amaram muito no dia a dia, e chegaram até tocar o sofrimento de Cristo através do povo (cf. Evangelii gaudium 24).

Elas não o fizeram sozinhas, fizeram «junto a» outros; o transporte, a escultura e construção desta catedral foram feitos desta maneira, dos povos originários, a minga; esse trabalho de todos à serviço da comunidade, anônimo, desinteressado e sem buscar aplausos: Queira Deus que assim como as pedras desta catedral ajudemos os outros em suas necessidades, assim, ajudemos também a edificar ou reformar a vida de tantos irmãos que não têm forças para construí-las ou foram derrubados.

Hoje estou aqui com vocês, que me dão de presente o júbilo dos seus corações: «Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a as boas novas» (Isaías 52,7).

É esta a beleza que estamos chamados a difundir, como bom perfume de Cristo: Nossa oração, nossas boas obras, nosso sacrifício pelos mais necessitados. Essa é a alegria de evangelizar e «se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, se as praticardes» (João 13,17). Que Deus vos abençoe”.