Roma, 16 de jul de 2015 às 14:30
O Bispo de Zhouzhi (China), Dom Martin Wu Qinjing, que foi ordenado secretamente pela Igreja em 2005, foi instalado com o reconhecimento do governo – logo depois de ser impedido de exercer seu ministério episcopal durante vários anos –, em uma cerimônia que esteve sob a vigilância de agentes do regime comunista.
A cerimônia de instalação aconteceu no dia 10 de julho, na Catedral de Nossa Senhora do Imaculado Coração, e presidida pelo vice-presidente da Conferência de Bispos, Dom Yang Xiaoting, de Yulin (Yan’an); junto ao Bispo de XI’an, Dom Anthony Dang Mingyan of XI'an. Também estiveram presentes outros 73 sacerdotes.
Uma fonte diocesana de Zhouzhi, que pediu para não ser identificada, disse à UCA News: “O ambiente dentro da Igreja era bom, enquanto do lado de fora havia tensão pela presença de muitos seguranças e policiais, vestidos de civil”.
Por sua parte, outra fonte identificada como Joseph, disse que “a instalação foi somente um ato político. Do lado de fora tudo parecia estar tranquilo, mas na véspera da instalação quase todos os sacerdotes estiveram sob controle governamental”, indicou.
A fonte relatou ainda que “cada sacerdote somente podia levar três católicos à cerimônia. Além disso, tiveram que permanecer na mesma casa para serem enviados juntos à Catedral no dia seguinte”.
Além disso, “dentro da Catedral os agentes revisaram tudo, a eletricidade, os aparelhos de som, os alimentos, todos os discursos e colocaram também alguns pôsteres antes de começar a cerimônia”, acrescentou.
Do mesmo modo, decalrou que “não permitiram que fosse mostrada em público a saudação enviada pela Paróquia natal de Dom Wu, porque tinha palavras como ‘defender a fé’, ‘fiéis a Cristo’”.
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Entretanto, leram a carta de aprovação da Conferência de Bispos (igreja patriótica) que não é reconhecida pelo Vaticano. O texto foi lido diante de religiosos e funcionários do Frente Unido do governo provincial e de Beijing.
O requerimento geral para que um Bispo ordenado em segredo obtenha o reconhecimento do governo é que este concelebre Missa com um Bispo ordenado sem a aprovação pontifícia, e unido à Associação Patriótica Católica China, órgão do Partido Comunista para controlar à Igreja.
Segundo UCA News, os relatórios assinalam que Dom Wu, de 47 anos, teria concelebrado Missa durante o ano passado com o Bispo cismático Ma Yinglin, ordenado pelo governo em 2006 e presidente da Conferência de Bispos controlada pelo Partido Comunista.
A fonte diocesana declarou à UCA News: “Isto ficou conhecido por muitos agora e acreditamos que isto não causará uma quebra na Diocese, embora poderia ocasionar certa confusão por um tempo”.
Dom Wu, sacerdote da Igreja oficial, foi ordenado Bispo secretamente com aprovação pontifícia em outubro de 2005, logo após voltar dos seus estudos nos Estados Unidos. Posteriormente, ele mesmo revelou seu status episcopal aos seus sacerdotes em 22 de maio de 2006.
Em seguida, foi interrogado pelo governo e sequestrado na Catedral por um grupo de desconhecidos em setembro deste ano. Foi libertado cinco dias depois.
Em março de 2007, foi convocado a uma aula de aprendizagem, mas desde então não retornou. Depois descobriram que estava cumprindo prisão domiciliar no seminário menor da Diocese de XI’an. Durante estes últimos anos, não esteve sob vigilância e inclusive podia encontrar-se com convidados e celebrar Missa de maneira privada; mas não o deixaram voltar à sua Diocese até o ano passado.