WASHINGTON DC, 24 de jul de 2015 às 16:10
A Organização de Direitos humanos (HRF, por suas siglas em inglês), assinalou através de um relatório apresentado na última quarta-feira, que as evidências comprovam que a morte do fundador do Movimento Cristão Libertação (MCL), Oswaldo Payá, e do ativista Harold Cepero no dia 22 de julho de 2012 não foram um acidente, mas o resultado de um acontecimento “provocado deliberadamente por agentes do Governo”.
O relatório foi apresentado na Universidade Georgetown em Washington DC (Estados Unidos), no mesmo dia em que se recordava os 3 anos do falecimento de ambos opositores, marcado ainda por Missas e outros eventos em Cuba, Espanha e Estados Unidos, organizados pelos familiares de Oswaldo Payá, membros do MCL e pelos seus amigos.
O documento de 80 páginas titulado “Caso Oswaldo Payá” fez uma análise do sistema jurídico cubano, a perseguição e a repressão sistemática dos dissidentes e ativistas pela democracia na Cuba”, a versão do governo sobre a morte de ambos membros do MCL, o julgamento do espanhol Ángel Carromero e “a comportamento” do regime comunista “em relação ao direito internacional dos direitos humanos”.
“Oswaldo Payá e Harold Cepero morreram em circunstâncias cujo esclarecimento foi ativamente impedido pelo Estado (…) Através de uma numerosa violação dos regulamentos básicos do devido processo que estão orientados ao conhecimento da verdade”, assinalou o documento.
Do mesmo modo, HRF indicou que o tribunal que julgou o caso “não considerou a informação proporcionada por testemunhas, relatórios periciais e evidência física que declararam a responsabilidade direta do regime cubano” na morte de ambos dissidentes.
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“Especificamente, a evidência excluída de maneira deliberada afirma que o acontecimento do dia 22 de julho de 2012 não foi um acidente —como foi qualificado rapidamente pelas autoridades nos meios estatais que formam parte do monopólio comunicacional do governo, e que posteriormente foi ratificado sem maiores questionamentos pelo regime jurídico totalitário cubano— mas o resultado de um acidente automobilístico provocado deliberadamente por agentes do Governo, com a intenção de assassinar Oswaldo Payá e os passageiros que viajavam com ele, com a intenção de causar-lhes graves lesões corporais ou que foi realizado com negligente e/ou avessa indiferença —e um alto risco injustificado— pela vida do ativista pró-democracia mais importante de Cuba, durante estes últimos vinte e cinco anos”, afirmou a Organização de Direitos Humanos.
Nesse sentido, o documento assinalou que “o regime comunista violou o direito da família Payá a participar da investigação e do julgamento correspondentes; o direito de Ángel Carromero (causante do acidente) a ter um defensor judicial” e a um devido processo, e inclusive no direito dos parentes de Payá e Cepero “de conhecer a verdade”.
O presidente da HRF, Thor Halvorssen, disse por meio de um comunicado que este relatório ilumina uma nova evidencia e espera que esta ajude a família Payá a encontrar a verdade e a justiça.
“Oswaldo Payá foi o mais destacado ativista em favor da democracia latino-americana durante os últimos 25 anos, e foi assassinado sob suspeita de jogo sujo no único país de regime totalitário do hemisfério ocidental. Entretanto, são poucos os líderes políticos, meios de comunicação e organizações não-governamentais mundiais, que estiveram suficientemente preocupados por insistir em uma investigação independente sobre a morte de Payá “, declarou Thor Halvorssen.