ROMA, 28 de jul de 2015 às 11:52
“Como será o futuro?, haverá um futuro ou não?”, são as perguntas que os mais de 120.000 refugiados cristãos que fogem do Estado Islâmico (ISIS) fazem a si próprios sem encontrar resposta, assinalou o Patriarca Católico da Babilônia dos Caldeus (Iraque), Dom Louis Sako, que voltou a denunciar a passividade da comunidade internacional ante a tragédia que vive o Médio Oriente. A saúde psicológica dos cristãos também preocupa o Patriarca.
Dom Louis, quem foi reconhecido com o Prêmio Internacional “A traglia, etnie e comunità”, em Campobasso (Itália), denunciou que a catástrofe humanitária que vive o Iraque “por causa da guerra que ocasionou tantos mortos, tantos refugiados e tanta destruição”.
No caso dos cristãos, o Patriarca disse que estes “pagam o preço desta guerra sectária entre sunitas e xiitas, mas também da guerra no Meio Oriente. A identidade desta Igreja –afirmou-, é a de uma Igreja mártir”.
“Já há 120.000 refugiados. Mas também há uma angústia psicológica por toda parte: Como será o futuro?, haverá um futuro ou não? A resposta é escura”, assinalou.
Dom Louis Sako disse que na busca da paz, junto aos cristãos, também há muçulmanos “que querem um mundo melhor, um mundo no qual todos possam viver no gozo e na dignidade”.
Infelizmente, por causa da violência os cristãos seguem abandonando o país; enquanto na comunidade internacional prepondera uma “política que anda à busca de interesses econômicos e não do bem das pessoas”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
“Eles não procuram a paz. Fabricar armas quer dizer fabricar também guerras. Nós queremos uma renovação da política e da economia, mas também da religião. Os muçulmanos devem fazer uma leitura ao interior do Islã para descobrir a mensagem positiva para a vida humana, o respeito da dignidade da pessoa”, expressou.
Durante entrevista à Rádio Vaticano, o Prelado reiterou seu chamado à comunidade internacional a atuar de maneira efetiva para combater o Estado Islâmico (ISIS), um grupo “que é um verdadeiro estado: tem dinheiro, vende petróleo, tem armas e números de jihadistas que aumentam”.
O Patriarca também dirigiu uma mensagem às comunidades cristãs do mundo inteiro. Os cristãos “podem ajudar, mas o que necessitamos mais é de amizade, de solidariedade, de proximidade. Diria que a oração pode fazer um milagre, mudar o coração destes homens: a conversão, a reconciliação entre os políticos”.
Nesse sentido, disse que os cristãos sentem a proximidade do Papa Francisco e esperam sua visita pastoral. “Nós temos necessidade de sua presença entre nós, de modo que nos dê muita força, muita esperança, não só aos cristãos, mas a todos”.
“O Papa é um símbolo não só para os cristãos –é uma autoridade internacional, espiritual e moral-, e todos esperamos esta presença no meio de nós. Ele poderá dar-nos força para perseverar”, afirmou.