Buenos Aires, 28 de jul de 2015 às 13:28
Por ocasião da festa dos avós de Jesus, Sant’Ana e São Joaquim, o Bispo de Gualeguaychú (Argentina), Dom Jorge Lozano, exortou os fiéis a dar valor à dignidade humana dos idosos, lamentando que algumas famílias submetam os anciãos a uma espécie de “eutanásia em parcelas” através do abandono e do descarte.
Durante a Missa dominical, o Prelado se referiu também ao Dia dos Avós e indicou que a terceira idade é uma etapa da vida “à qual nem sempre se chega bem” e que em ocasiões “pode não ser justamente valorizada”, sobre tudo nas sociedades onde a “voracidade materialista e consumista” mede as pessoas por sua capacidade de produção, desprezando as pessoas de maior idade.
“É certo que andam mais devagar, ou talvez seja melhor dizer que tenham menos pressa. Gostam de deter-se e conversar. Se no bairro há boas relações de vizinhança são cordiais nas saudações e alguns são muita valorizados por sua trajetória”, assinalou.
O bispo lamentou que “algumas famílias enfrentam com angústia o dilema das decisões a respeito da saúde ou o lugar de moradia” dos idosos. “As casas são pequenas, e quando é preciso de um adulto para cuidados de enfermaria mais permanentes, não há lugar nelas para uma pessoa mais, ou não há recursos econômicos suficientes. Surgem as ideias e os sentimentos desencontrados e os conflitos ante as decisões de mandá-los a um lugar de moradia particular, uma casa de repouso”.
“Desde que era seminarista, antes da ordenação sacerdotal, precisei visitar alguns destes lares. Vi alguns muito bons, onde o pessoal os atendia com calor humano, com bom clima de convivência. Mas também vi lugares que são um espanto, com descuido na limpeza, maus entendimentos, abandono das famílias e descuido nos organismos de controle”, comentou.
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Por isso, disse que na hora de decidir deve-se pensar no que é o melhor para o idoso, dentro das opções possíveis, e dialogar em família sobre as diversas alternativas e suas consequências.
Dom Lozano assinalou que quando os idosos são abandonados “sobrevivem com amargura sem muita noção do passar do tempo”, as doenças e solidões se prefaciam, e “não são respeitados em seu direito a uma terceira idade digna”. “São considerados um resto e descartados, e ainda submetidos a uma espécie de eutanásia em parcelas”, denunciou.
O bispo lembrou ainda que alguns idosos conjugam obrigações pessoais com horários importantes de cuidado dos netos: “Vi algumas situações em que os avós se encarregam da educação dos netos, levando-os à escola, falando com os docentes, ajudando com as tarefas educativas. Também os acompanham na catequese, ensinam a rezar, a viver nos valores familiares e sociais”.
“O que seria de tantas famílias e crianças sem eles!”, exclamou o bispo em sua homilia, reiterando o pedido às famílias que façam o esforço de acolher e valorizar os parentes na terceira idade.