A Igreja celebra neste sábado, 8 de agosto, a memória litúrgica de São Domingos de Gusmão, o fundador da Ordem dos Pregadores, os Dominicanos. Um homem de oração, penitência e amor à Palavra de Deus, Domingos combateu a heresia e deixou seu legado como uma proposta de evangelização cristã e vida apostólica.

Nascido em Caleruega, na Castela Velha em 1170, Espanha, pertencia a uma nobre família. Conta-se que antes de Domingos nascer sua mãe sonhou com um cão, que trazia na boca uma tocha acesa de que irradiava grande luz sobre o mundo. Esta seria uma profecia, pois Domingos de Gusmão não fez outra coisa senão iluminar todo o seu tempo e a Igreja com a Luz do Evangelho, isso depois de se desapegar a tal ponto de si e das coisas, que chegou a vender todos os seus livros, a fim de comprar comida aos famintos.

Domingos se dedicou aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Aos 24 anos, sentiu o chamado de Deus e recebeu a ordenação sacerdotal. Era ainda estudante quando foi nomeado cônego da Catedral da Osma. O santo vivia em comunidade, sob a regra de Santo Agostinho.

Em 1204, seguiu para Roma a fim de obter do Papa licença para evangelizar os bárbaros na Germânia. Entretanto, Inocêncio III exortou que consagrasse seus esforços a lutar dentro da cristandade por arrancar a heresia pela raiz.

Naquela época, havia a heresia dos albigenses, ou cátaros, surgida no sul da França. O sistema albigense se apoiava no dualismo do bem e do mal. A este último princípio oposto ao bem pertencia a matéria e todo o material.  Portanto, os albigenses negaram a realidade da Encarnação e rejeitaram os sacramentos.

O Papa, então, enviou Domingos de Gusmão para lá, onde ele enfrentou sua missão com eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.

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Em 1207, em Santa Maria de Prouille, fundou um convento com nove freiras as quais havia convertido da heresia. Segundo relatos de biógrafos, na Igreja deste convento, Nossa Senhora apareceu a Domingos, pedindo-lhe para difundir a devoção do rosário, como princípio de conversão dos hereges e para a salvação dos fiéis. Por esse episódio, os dominicanos são considerados os guardiões do rosário.

Até então, Domingos levava o hábito dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho e observava sua regra. Mas, desejava reavivar o espírito apostólico e, para isso, projetava fundar um grupo de religiosos, que não seriam necessariamente sacerdotes nem se dedicariam exclusivamente à contemplação, como os monges, mas sim uniriam à contemplação o estudo das ciências sagradas e a prática dos ministérios pastorais. Dessa forma, surgiu a Ordem dos Pregadores, ou Dominicanos.

Em 2015, apresentou ao Papa Inocêncio III, que, no mesmo ano, durante o IV Concílio de Latrão, concedeu a primeira aprovação. No ano seguinte, o Papa Honório III emitiu a aprovação definitiva.

Domingos de Gusmão morreu no dia 8 de agosto de 1221, com 51 anos. Foi canonizado pelo Papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. Uma das canonizações mais rápidas da história da Igreja.

Até hoje os Dominicanos, que endossam o hábito branco, se dedicam à predicação e o ensino da Doutrina em colégios e universidades na Europa e outros lugares.