WASHINGTON DC, 26 de ago de 2015 às 08:00
O Fundo Católico Suíço Quaresmal (Fastenopfer, em alemão) e uma importante fundação dos Estados Unidos estão financiados por uma organização europeia do lobby LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) para realizar um projeto que busca silenciar os bispos africanos durante o Sínodo da Família a ser realizado no Vaticano em outubro.
O European Forum of LGBT Christian Groups (Fórum Europeu de Grupos Cristãos LGBT), com sede na Holanda, lançou um projeto para fazer um documentário sobre católicos ativistas gay em Gana, Togo, Benin, Nigéria e Camarões.
“Reagindo à influência extremamente negativa dos bispos da África Ocidental no documento final do Sínodo da Família 2014, consideramos importante apresentar as vozes de católicos LGBT desta região a fim de obter uma atenção maior”, assinalou o Fórum Europeu em seu relatório de atividades 2014-2015.
O relatório indicou que este projeto é financiado pelo Fastenopfer e a pouco conhecida, mas enriquecida, Fundação Arcus dos Estados Unidos, a qual contribuiu com o lobby gay – contrário ao Sínodo – com centenas de milhares de dólares.
Fastenopfer é uma fundação católica de desenvolvimento que tradicionalmente arrecada recursos durante o tempo de Quaresma. O Bispo de Basileia, Dom Felix Gmur, é o atual presidente desta fundação. Além disso, dois membros do conselho são nomeados pela Conferência Episcopal da Suíça.
Michael Brinkschroeder, co-presidente do Fórum Europeu de Grupos Cristãos LGBT até este ano, assinalou que a ajuda da Fastenopfer foi oferecida como uma pequena doação para um projeto.
Em declarações ao Grupo ACI no dia 10 de agosto, Brinkschroeder disse que a contribuição foi de 15 mil e 300 dólares. E esta não necessitava ser aprovada pelo Bispo Gmur, um dos três bispos suíços que participou do chamado “Sínodo paralelo” no final do mês de maio deste ano. O Grupo ACI tentou contato com sua diocese, mas não recebeu nenhuma resposta até o fechamento desta edição.
Romana Buchel da Fastenopfer disse ao Grupo ACI no dia 7 de agosto que o projeto para o documentário não foi feito como originalmente o planejaram, porque os realizadores “disseram de repente que tinham medo de voar” e saíram do avião em uma parada de trânsito. Disseram ainda que as entrevistas foram realizadas com “gente afligida, colaboradores”.
Buchel afirmou ainda que o material recolhido “será usado para documentos escritos de sensibilização sobre o segundo Sínodo da Família”.
O Fórum Europeu planeja publicar um livro com o nome do novo grupo global de ativistas LGBT, a Global Network of Rainbow Catholics (a Rede Global de Católicos Arco-íris), cuja criação foi anunciada em junho. O texto incluirá “outros documentos importantes” e exposições de um evento realizado em Roma durante o ano passado, antes do Sínodo da Família. Será publicado em italiano e em inglês antes do mês de outubro de 2015.
Centenas de milhares de dólares para a agenda LGBT
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O relatório de atividades do Fórum Europeu não declarou quanto dinheiro recebeu da Fundação Arcus para realizar o projeto de vídeo, mas indicou que em 2013 receberam 134 mil dólares dessa instituição, a fim de combater “a religião apoiada na homofobia na Europa” e para ajudar que o Fórum se mobilize como “os principais defensores religiosos LGBT na região”.
O relatório de atividades assinalou que o Fórum elaborará, provará e usará uma “contra narrativa aos valores tradicionais com a ideologia de gênero” em diversos contextos religiosos entre 2014 e 2016, com uma atenção especial às “oportunidades de defesa” como o Sínodo deste ano, o Sínodo Pan-ortodoxo de 2016 e os diversos esforços do Conselho Mundial de Igrejas.
Em 2015, a Fundação Arcus também outorgou uma contribuição de 262 mil e 500 dólares, para que o Fórum Europeu responda a “oposição anti-LGBT”. No dia 20 de janeiro, a Fundação indicou que com esta contribuição “buscaram uma estratégia bem-sucedida para modificar as perspectivas tradicionais” e “responder as decisões homofóbicas da Igreja Católica sobre a família durante o Sínodo”.
Em seguida, Brinkschroeder disse ao Grupo ACI que o Fórum Europeu considera que vários bispos africanos não puderam cumprir o “seu dever cristão de evitar sinais de apoio de discriminações violentas e injustas, assim como de proteger a dignidade de toda pessoa humana”.
Em uma declaração do dia 22 de outubro de 2014, Brinkschroeder disse que o resultado do Sínodo foi “um desastre para os gays e lésbicas” e o Fórum Europeu criticou o documento final dos bispos, por não terem uma “avaliação positiva” dos casais do mesmo sexo e da forma através da qual poderiam educar as crianças.
A primeira assembleia oficial da Global Network of Rainbow Catholics intitulada “Vozes LGBT para o Sínodo” viria acontecer entre os dias 1º e 4 de outubro, em Roma, evento no qual apresentarão uma conferência pública intitulada “Formas do amor”, a fim de promover o que consideram as melhores práticas para o ministério católico LGBT.
Durante o ano passado, o Fórum Europeu realizou um evento semelhante em Roma, no qual o principal orador foi o controverso Bispo Emérito Auxiliar de Sydney, Dom Geoffrey Robinson, cujo livro foi condenado pela Conferência Episcopal Australiana por diversos problemas doutrinais.
A conferência de 2014 teve o apoio financeiro do Ministro da Educação, Ciência e Cultura da Holanda. Este governo europeu e a Fundação Arcus são aliados de Global Equality Found do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que busca promover o ativismo mundial LGBT no mundo inteiro.
Neste mesmo evento participaram representantes de dois importantes grupos de católicos dissidentes nos Estados Unidos: New Ways Ministry e Dignity, os quais receberam 200 mil dólares da Fundação Arcus.
Recentemente ambos os grupos defenderam a tese de converter o matrimônio de pessoas do mesmo sexo como um sacramento da Igreja Católica. As duas instituições fazem parte da Equally Blessed Coalition, a qual organiza um evento LGBT no mês setembro, no mesmo mês a ser realizado o Encontro Mundial das Famílias na Filadélfia, no qual o Papa Francisco estará presente.
O Fórum Europeu também recebeu financiamento do Open Society Institute vinculado ao conhecido milionário americano George Soros.