HAVANA, 2 de set de 2015 às 13:00
O Arcebispo de Miami (Estados Unidos), Dom Thomas Wenski, assinalou que “a Igreja cubana quer uma aterrissagem suave para levar a cabo uma transição pacífica em Cuba, porque a alternativa será o caos; para isso é que está trabalhando a Igreja. O fato de que o Papa (Francisco) visite Cuba significa que está de acordo com este objetivo”.
Assim afirmou o Prelado durante o simpósio “A Igreja Católica em Cuba e a Diáspora”, realizado na última segunda-feira, em Miami (Estados Unidos), e que reuniu peritos e membros da Igreja na ilha da Flórida.
Segundo informou ‘El Nuevo Herald’, Dom Wenski se referiu à viagem a ser realizada pelo Papa Francisco à Cuba entre os dias 19 e 22 de setembro. “O Pontífice está construindo uma ponte, não só para diminuir a distância entre os EUA e Cuba, mas entre Estados Unidos e América Latina”, afirmou durante o evento organizado pelo Instituto de Estudos Cubanos da Universidade Internacional da Flórida (FIU).
O Arcebispo recordou que o Santo Padre “gosta de fazer gestos simbólicos e sua viagem aos Estados Unidos, desde Havana a Washington, também representa um dos seus gestos”.
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“O objetivo de qualquer processo no qual a Igreja participe em Cuba deve ter como finalidade o empoderamento do povo, de maneira que as pessoas possam expressar-se e viver com dignidade, com liberdade e prosperidade”, afirmou por sua parte o Pe. José Conrado Rodríguez, pároco da Igreja da Santíssima Trindade, que viajou de Cuba para participar do evento.
O sacerdote cubano disse que o Papa Francisco irá se reunir com fiéis das comunidades e missionários dos povoados e bairros do país que não têm templo, no dia 22 de setembro no Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, em Santiago, Cuba.
Pe. Conrado recordou que a Igreja que peregrina na ilha “não deixou que ser pequena” e continua “necessitada dos meios materiais. A grande maioria de suas novas comunidades não têm templo”. Nesse sentido, destacou que nos últimos 60 anos “resistiu o vendaval e continua viva, apesar de tudo” e fez menção ao trabalho “de cara ao povo” que está sendo realizado no país.
Por sua parte, a Irmã Ondina Cortês, professora da Universidade St. Thomas, destacou o papel de “ponte” da Igreja para conectar a comunidade cubana na ilha com a comunidade do exílio.