MADRI, 4 de set de 2015 às 12:15
A cada dia milhares de pessoas tentam entrar na Europa arriscando a vida para fugir da guerra e da miséria em países como o Iraque e a Síria. Em muitas ocasiões, alguns morrem no caminho, como o pequeno Aylan de três anos que faleceu nas costas turcas enquanto tentava alcançar uma ilha da Grécia, localizada a poucos quilômetros de distância. Diante da imagem que comoveu o mundo, bispos católicos ecoam o pedido do Papa: “Detenham a globalização da indiferença”.
Lo peor de esta sociedad podrida es que en cuatro días olvidarán a Aylan y a otra cosa... pic.twitter.com/9Z3ZKfQlmY
— rosa maría artal (@rosamariaartal) September 3, 2015
Na embarcação em que estava o menino e a família viajavam 13 pessoas, o capitão do barco viu que as ondas estavam muito altas, então pulou da embarcação e fugiu a nado, deixando os tripulantes à deriva. Todos morreram, com exceção do pai de Aylan, que pretende voltar para sua cidade natal na Síria para poder enterrar a mulher e seus filhos.
Segundo informações, o Canadá negou asilo à família de Aylan quando pediram entrar no país onde uma tia do menino mora há alguns anos. Em busca de uma vida melhor, fugindo do perigo da guerra na Síria e no Iraque, em concreto da ameaça do Estado Islâmico (ISIS) Aylan e sua família tentaram a mal sucedida travessia, protagonizando mais um episódio trágico da crise dos refugiados e migrantes na União Europeia e que representa atualmente o maior desafio para o seus países.
Ante esta grave crise migratória, os bispos espanhóis animaram os países do velho continente a “acolherem com mais generosidade os refugiados e deslocados”.
Por meio de um comunicado divulgado ontem e assinado pela Comissão Episcopal de Migrações, os prelados espanhóis advertem: ”é perigoso que a repetição dos fatos acabe nos anestesiando e que a globalização da indiferença seque as lágrimas".
A situação qualificada de “verdadeira catástrofe humanitária” e que, conforme precisam os Bispos “pedem respostas urgentes, eficazes e generosas”.
Por isso, fizeram um alerta a Europa, “lugar no qual estas pessoas pedem refúgio”, para que “coloquem um maior empenho em encontrar soluções globais”.
O comunicado da Comissão de Migrações destaca a importância de que os governos se comprometam “de maneira efetiva”, mas também apelam aos cidadãos e os exortam “a que se coloquem no lugar do outro para entender que esperanças e desejos são as motivações para deixar sua terra, sua família, os lugares conhecidos; e pensar nas situações que eles procuram escapar".
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Os bispos ainda recordam que esperam a resposta do Governo há dois anos, a um pedido da Conferência Episcopal para que a Espanha receba um grupo de refugiados sírios.
Perante a falta de resposta, os prelados reiteraram este pedido e pediram também a compreensão e colaboração de todos os cidadãos. “Os cristãos têm por razões humanitárias e evangélicas um especial dever de justiça e caridade, distintivo de nossa condição”, precisam no comunicado.
Ante a crise migratória a plataforma cidadã CitizenGo abriu um pedido a fim de pedir aos responsáveis por imigração das Nações Unidas e da União Europeia que tomem decisões “firmes, corajosas e generosas, admitindo que a terra é a casa de todos e que os Estados podem e devem defender suas fronteiras”.
Além disso, pediram a resolução do conflito bélico na Síria, que perdura há vários anos e representa o principal problema nesta emergência humanitária.
A gravidade da crise aumentou com a ascensão do Estado Islâmico, que persegue os cristãos no Oriente Médio, especialmente na Síria e no Iraque.
Se você quer unir-se a este pedido clique aqui para assinar:
http://www.citizengo.org/es/28932-solucion-crise-migratória
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