“É uma comemoração à vida”, afirmou o artista Dubian Monsalve, autor de uma grande obra através da qual podemos apreciar “a imagem de um bebê no ventre materno”, localizada na parede de uma montanha em um pequeno povoado do município de Santo Domingo, perto da cidade de Medellín (Colômbia).

Esta escultura com enorme formato causou um grande rebuliço nas redes sociais e se converteu em uma atração turística.

Em declarações ao Grupo ACI, Monsalve, de 30 anos, assinalou que esta obra surgiu em primeiro lugar como uma homenagem aos habitantes da região, porque sua comunidade foi impactada pela violência (crise social, política e o narcotráfico) durante a década de 1990.

“Foi uma maneira de simbolizar todo esse processo que tivemos que viver… Agora, acredito que existe outra esperança, apesar das dificuldades que ocorreram… As pessoas voltaram ao campo, voltaram a semear, estão morando novamente em suas casas. Então, foi uma homenagem como nascer de novo”, destacou Dubian.

Deste modo, manifestou que realizou esta obra por suas convicções cristãs em defesa da vida. “Eu sou crente e acredito no valor da vida. Então, esse símbolo como de uma ‘montanha grávida’ representa também a mulher que dá a vida porque a vida vale muito desde sua concepção até seu final”.

“É uma grande confusão ser artista e ser crente contemporâneo, mas eu não tive nenhum problema em ser um artista e expressar também o que sinto e o que penso. Outros artistas também fazem o mesmo, então por que teria que renunciar aquilo que acredito e o que penso? …a partir disso faço minhas obras e se alguns me questionarem, não há problema”, ressaltou.

Monsalve fez esta escultura na montanha em 2012, como parte de seu trabalho final na universidade, e demorou 15 dias para terminá-la, devido ao clima úmido e chuvoso da região. Não utilizou ferramentas modernas para sua execução.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

“Eu trabalhei com as ferramentas do camponês porque este trabalho também é uma maneira de dizer-lhes que não abandonem sua terra e, no fundo, de que não abandonem aquilo que acreditam, não abandonem sua identidade como cristãos e como camponeses que dão a comida a este país”, declarou o artista.

Atualmente Dubian se dedica a fazer retratos de famílias camponesas que já faleceram. Normalmente, ele vai à casa de um camponês, desenha em uma parede e arma com eles histórias sobre suas vidas.

Também faz uma investigação sobre a terra que é muito simbólica para ele. “Na minha opinião, como escultor, a terra é muito importante para mim… ela contém muitos elementos e a aproveitei para falar da vida, pois ‘a própria terra dá vida’”, enfatizou.

Finalmente, enviou uma mensagem a todos aqueles que estão no mundo da arte e que muitas vezes encontram dificuldades para expressar suas ideias, defender sua fé e a vida:

“Não tenham medo, esta é uma palavra que o próprio Jesus nos ensinou… não podemos ficar calados, nem nos silenciar. Eu desfrutei muito fazendo essa obra porque abrange também uma mensagem muito universal a respeito da vida… uma mensagem para defender a vida desde sua concepção até seu final e que não vale a pena desistir simplesmente pelos preconceitos do mundo ou pelas críticas do mundo. É simplesmente ter força, ser corajoso e arriscar-se a expressar o seu pensamento, suas ideias e ser artista cristão”.

“Na Colômbia, nós falamos da paz, mas a paz não é somente a negociação com a guerrilha, eu acho que a paz também começa por valorizar e aceitar a vida”, concluiu o artista.