WASHINGTON DC, 8 de set de 2015 às 18:50
No contexto em que foi ordenada a libertação de Kim Davis, a funcionária cristã presa por negar-se a dar licenças para matrimônios homossexuais em Kentucky (Estados Unidos), o irmão da cantora Madonna, Christopher G. Ciccone, uma celebridade na comunidade gay, revolucionou as redes sociais ao sair em defesa de Davis. “Desde quando somos árbitros da fé dos outros?”, questionou em seu Facebook, no sábado, 5.
Whoa! Madonna's gay brother has some INTENSE words about Kentucky clerk Kim Davis http://t.co/N1Euhr1IhM pic.twitter.com/i9pCicejO5
— Allen West (@AllenWest) September 6, 2015
Kim Davis foi presa no dia 3 de setembro, depois que o juiz federal David Bunning declarou desacato a uma ordem da Suprema Corte americana que aprovou para todos os 50 estados o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Ela foi enviada à prisão até que aceitasse cumprir esta decisão do Supremo Tribunal.
“Avaliei o custo e estou preparada para ir à prisão. Estou segura”, isto “nunca foi para mim um tema de gays ou lésbicas. Trata-se de defender a Palavra de Deus”, afirmou a funcionária, que acrescentou que “esta é uma luta pela qual vale a pena brigar”.
Em seu Facebook, Christopher G. Ciccone recordou que “envergonhar e fazer bullying a outros de maneira seletiva corrompe uma democracia. A liberdade de imprensa, de expressão e de religião (por outro lado), a fortalecem”.
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Ele defendeu que “a funcionária de Kentucky merece todo o apoio que poderia ser dado
caso se tratasse de uma mulher muçulmana que insiste em cobrir o rosto e que não só nega licenças para matrimônios gay mas também se recusa a aprovar divórcios”.
Se as pessoas de Kentucky, prossegue, “não a querem como funcionária… não têm que votar nela. Desta maneira funciona a democracia”.
O irmão de Madonna, que recebeu ataques por expressar-se a favor de Kim Davis, disse ainda em sua publicação: “A razão e a compaixão que Deus deu aos seres humanos nos dá o direito e a responsabilidade de praticá-las”.
“Uma vez mais a comunidade gay se sente na necessidade de ser maus ganhadores. É tão difícil permitir que esta mulher pratique a sua religião? Ou acaso devemos destrui-la para que atraiçoe sua fé?”.
“Não importa como julguemos sua verdade. Os direitos pelos quais todos lutamos não significam nada se negamos os dela”, conclui Christopher.
Nesta terça-feira, segundo assinalou o canal CNN de notícias, o juiz David Bunning, de Kentucky, ordenou que Davis seja colocada em liberdade e espera-se que dentro de algumas horas abandone a prisão na qual foi detida na semana passada.
O magistrado solicitou à funcionária que não interfira no trabalho dos outros empregados de seu escritório na entrega de licenças matrimoniais aos “casais elegíveis” do mesmo sexo.