LIMA, 11 de set de 2015 às 14:00
“Existe uma certeza de cerca de 98% de como eram… é o rosto que sugere o crânio, não existem subjetividades”, assinalou o Pe. Luis Ramírez, Prior do Convento de São Domingos de Lima (Peru), ao referir-se à aparência de Santa Rosa de Lima, São Martinho de Lima e São João Macías, elaborados depois de uma recente investigação científica conduzida por uma equipe de brasileiros.
Em agosto deste ano, foi divulgado ao mundo o rosto de Santa Rosa de Lima e, conforme assinalou Pe. Ramírez em declarações ao Grupo ACI, o rosto de São Martinho de Lima seria publicado em novembro, durante os quarenta dias em honra ao frade da vassoura.
Com relação a São João Macías, o sacerdote assinalou que seu rosto seria mostrado no contexto da festa do Santo (18 de setembro), inclusive já confirmaram o dia da apresentação, a ser realizada no sábado, 26 de setembro, às 20h, na Basílica do Santíssimo Rosário do Convento de Santo Domingo, em Lima.
Por sua vez, o religioso particularizou que já está tudo preparado para que os cientistas brasileiros viajem a Lima para divulgar os resultados de suas descobertas.
“É possível descobrir como viviam, o que sofriam, o que acontecia com eles, pois esta é uma investigação científica propriamente dita”.
Neste sentido, Pe. Ramírez, que já recebeu parte dos resultados e viu também os rostos de São Martinho de Lima e São João Macías, adiantou ao Grupo ACI alguns dados pouco conhecidos revelados pelos crânios destes três Santos dominicanos.
“Graças a essa investigação, sabemos que São Martinho de Lima tinha ruídos muito fortes nos ouvidos. Então o cientista disse que este homem sofreu muito… Tinha o maxilar desgastado e esse desgaste produz ruídos no ouvido”, descreveu o Prior dominicano.
“Santa Rosa de Lima sofria de enxaquecas muito profundas. Enquanto São João Macías, esteve um pouco melhor, pois nesse sentido não sofreu mal algum”, acrescentou.
Ao ser consultado a respeito da sua impressão quando viu o rosto de Santa Rosa de Lima, o sacerdote mencionou que, “a princípio, vi uma menina porque estávamos acostumados a ver a imagem de um santo muito bonito ou bonita ou muito bem feito, mas eu vi uma mulher normal e então lembrei que o Senhor nos chama todos à santidade, desde nossa vida cotidiana e ordinária”.
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Finalmente o Pe. Ramírez descreveu os três Santos como “pessoas que optaram por seguir o Senhor, por viver uma vida em Deus... Este é o impacto de dizer: ‘mas são pessoas normais, é algo muito ordinário e cotidiano que, como é que pôde ter sido tal coisa’. Mas foi assim e nós estamos convidados a isso… Todos nós podemos, é possível! ”.
Equipe de cientistas brasileiros
Na capital peruana, os membros da Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia (Ebrafol), junto a cientistas da Universidade São Martín de Lima (USMP), pesquisaram as relíquias para reconstruir os rostos dos santos.
Usando estritas medidas de segurança e com a ajuda e autorização dos frades dominicanos, os crânios foram transladados temporariamente a uma clínica em Lima, onde foram realizadas tomografias computadorizadas. A segunda fase do trabalho foi feita no Brasil.
A reconstituição foi feita por meio de uma técnica moderna conhecida como fotogrametria, geralmente utilizada por arqueólogos e adaptada para refazer crânios, cenas de crimes e construções arquitetônicas.
“A gente estuda o crânio para saber o sexo, a idade, a ancestralidade. Então, uma face individualizada é criada para aquele crânio e, do ponto de vista técnico e científico, é a face que a gente acredita que seja a mais compatível com aquele crânio quando ele estava em vida”, explicou Paulo Miamoto ao canal católico brasileiro Canção Nova.
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