O Movimento Cristão Libertação (MCL) pediu ao Papa Francisco durante esta segunda-feira que “abrace e proteja” todos aqueles que estão sendo perseguidos em Cuba e denunciou que a repressão do governo contra os opositores aumentará entre hoje e amanhã, a fim de que não assistam às atividades do Santo Padre em Holguín e Santiago de Cuba.

Através de um comunicado difundido hoje em seu site, o MCL assinalou que desde o anúncio da visita do Papa Francisco a Cuba, a repressão contra a oposição pacífica “aumentou perigosamente por parte dos corpos repressivos do regime cubano”.

Nesse sentido, denunciou que a casa de Armando Peña Guzmán, membro do Conselho Coordenador do MCL em ‘Las Tunas, continua sendo vigiada pela polícia política e interceptam algumas pessoas que tentam visitá-lo.

Além disso, em Villa Clara, a segurança do Estado ameaçou o ativista do MCL Ibars González “que seria preso caso que quisesse sair do município para ir a alguma Missa do Papa Francisco”. “Ibars permanece em regime de reclusão domiciliar desde que em janeiro deste ano fora condenado injustamente sob a acusação não provada de ‘desacato’, a um ano e meio de liberdade restringida” devido a sua pertença a oposição.

Do mesmo modo, ontem, Rosa Maria Rodríguez, membro do Conselho Coordenador do MCL em Havana, foi detida às 7 horas, quando se dirigia à Missa presidida pelo Papa. Foi libertada ao meio dia. “A polícia alegou que foi presa a fim de evitar qualquer tipo de manifestação durante a Missa e, por este motivo, impediram sua presença durante a Celebração Eucarística”.

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O ativista do MCL, Yordan Mariño, também foi detido ontem e o Coordenador Nacional do MCL, Eduardo Cardet, “está sendo perseguido e ameaçado a ser detido” inclusive em seu centro trabalhista, o Policlínico do Município Velazco, província Holguín.

“Vários ativistas foram presos violentamente quando se aproximaram do Santo Padre, durante o último dia 20, antes de começar a Missa na praça José Martí de Havana e a outros tantos, entre eles Berta Soler, líder das Damas de Branco, e Angel Moya, ex-prisioneiro político de consciência, foi impedido de participar de um encontro com o Papa, que viria acontecer na sede da Nunciatura Apostólica de Havana, ao qual tinham sido convidados por Monsenhor Giorgio Lingua”, indicou o MCL.

“Muitos dissidentes foram presos, ameaçados ou impedidos de assistir os encontros e Missas aos quais o Pontífice presidiu em Cuba e esperam o aumento da repressão”, advertiu.

Por meio do seu comunicado, o MCL denunciou “energicamente esta onda repressiva contra nossos irmãos na ilha e chamaram a Sua Santidade, Papa Francisco, que abrace e proteja a todas as pessoas que estão sendo perseguidas, difamadas e presas em Cuba, por defender a causa da justiça, a paz e a liberdade de todos os cubanos”. “A vida dos cubanos também importa, os cubanos também têm direito aos direitos”, concluiu.