A visita do Papa Francisco tem uma mensagem para todos e o grande desafio da Igreja é que suas palavras não se vão de Cuba, afirmou o Pe. Rolando Montes de Oca, Secretário Executivo da Comissão de Sacerdotes da Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC). Ele disse que a mensagem que mais impressionou a sociedade em geral foi a dirigida aos jovens.

O Papa Francisco finalizou ontem, 22 de setembro, sua visita apostólica à ilha logo após participar de um encontro com as famílias em Santiago de Cuba.

Em declarações ao Grupo ACI, Pe. Montes fez uma avaliação da viagem do Santo Padre a Cuba e assinalou que logo depois destes quatro dias “o grande desafio da Igreja em Cuba é não deixar a mensagem do Papa Francisco ir embora, não podemos deixar suas palavras e suas mensagens irem embora e simplesmente virar a página”.

“Que nos concentremos em viver isto que Jesus nos comunicou através do seu Vigário, nos disse por meio de palavras e, como sempre, com gestos tão eloquentes do Papa que caminhou entre as pessoas, abraçou, beijou e tirou foto com as crianças, foi Jesus que passou entre nós”, assinalou.

“Acho que foi uma visita pastoral que teve uma mensagem para todos. Aos sacerdotes recordou a importância da misericórdia, de manifestar a ternura de Deus através da confissão. Aos religiosos e religiosas recordou – também a todos os cristãos – o valor da pobreza evangélica, a pobreza prudente. É um programa extraordinário. É uma aplicação muito concreta do Evangelho. É o que a Igreja em Cuba deve continuar fazendo, continuar pregando o Evangelho com maior ousadia, como nos exortou o Papa Francisco”, expressou.

Em seguida, Pe. Montes afirmou que a visita já está dando frutos e promete “continuar dando frutos”. “O Santo Padre nos falou que devemos estar próximos, ver, encontrar e servir aqueles que sofrem. Este é um chamado de alerta importante para todos”.

Do mesmo modo, durante a Missa celebrada em Holguín, “o Pontífice meditou acerca do evangelho de São Mateus e nos disse que o olhar de Jesus o levantou, levantou Mateus dos seus pecados, o levantou da sua prostração”.

“Pediu para que os jovens sejam capazes de construir amizades sociais, construam juntos um futuro de esperança, mesmo que essa esperança tenha um preço, tenha uma cruz para levar. Uma mensagem essencialmente pascal”, afirmou.

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Finalmente, indicou, “do Santuário da Virgem do Cobre o Santo Padre nos pediu para deixarmos as comodidades e sairmos para fazer o mesmo que Jesus: levantar com o olhar as pessoas que estão na beira do caminho, aquelas pessoas que se sentem prostradas, limitadas”.

A mensagem que mais marcou

Durante o diálogo com o Grupo ACI, o sacerdote indicou que as mensagens impressionaram “segundo os destinatários, mas na sociedade em geral foi muito interessante a mensagem do Papa aos jovens”.

“Naquela tarde do dia 20 de setembro, na entrada do Centro Cultural Félix Varela, quando o Papa falava de criar amizades sociais, construir juntos um mundo novo, um mundo diferente, um mundo mais cheio de Jesus”.

O Pontífice ainda os exortou a construir “uma Cuba mais cheia de Jesus através de um caminho que se faz com todos, que se faz estando juntos, além das diferenças, discutindo respeitosamente sobre aquilo que possa distanciar-nos, mas trabalhando em conjunto pelo bem comum e ao serviço de cada pessoa”.

“Esse serviço à pessoa, esse serviço à pátria é indispensável que seja um caminhando juntos, um caminho para todos”, afirmou.

O Papa Francisco foi o terceiro Pontífice que visitou Cuba. Ontem, partiu para os Estados Unidos, onde, entre outras atividades, se reuniu com o presidente Barack Obama, também dará um discurso às Nações Unidas e participará do Encontro Mundial das Famílias na Filadélfia.