VATICANO, 30 de set de 2015 às 11:45
Kim Davis, a funcionária do Condado de Rowan em Kentucky (Estados Unidos) que foi presa por negar-se a dar licenças para matrimônios homossexuais devido a sua fé, assegura ter recebido o apoio e o consolo do Papa Francisco em um encontro no dia 24 de setembro, durante a viagem do Pontífice. Neste mesmo dia, foi o aniversário de Davis, que esteve na prisão durante cinco dias até que um juiz a libertou.
A Sala de Imprensa da Santa Sé emitiu hoje de manhã uma declaração do porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, a respeito da notícia difundida pelo grupo cristão Liberty Counsel (Conselho pela Liberdade): “Não nego que o encontro foi realizado, mas não tenho comentários a serem acrescentados”, sustentou o sacerdote.
Kim Davis had secret meeting with Pope Francis, lawyers say: http://t.co/XfTBBmV09y pic.twitter.com/ZY5rNqyRNr
— TODAY (@TODAYshow) September 30, 2015
Segundo um comunicado da Liberty Counsel divulgado ontem à noite, o encontro aconteceu na Nunciatura do Vaticano, em Washington, aproveitando a presença do Pontífice devido sua visita ao país. Na reunião, também esteve presente o esposo de Kim, Joe Davis.
O comunicado assinado pelo advogado de Davis, Matt Staver, assegura que o Pontífice agradeceu a Kim pela sua “valentia” e lhe pediu para “manter-se forte”. Além disso, disse que rezaria por ela.
“Nunca pensei que me encontraria com o Papa. Quem sou eu para ter esta oportunidade? Eu apenas sou uma funcionária do Condado que ama Jesus e desejo servi-lo com todo meu coração”, declara Davis através do comunicado.
A funcionária relatou que “Francisco foi amável, atencioso e muito agradável”. “Inclusive me pediu que reze por ele”, diz o comunicado. “Francisco me agradeceu pela minha valentia e me pediu para ser forte”, acrescentou.
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Segundo algumas informações, o Papa teria presenteado a cada uma com um terço abençoado.
Na coletiva de imprensa com os jornalistas a bordo do avião que o levou da Filadélfia a Roma, o Papa falou sobre a objeção de consciência dos funcionários públicos e disse que é um direito humano.
A respeito dos funcionários do governo, o Santo Padre expressou: “É um direito humano! Se o funcionário do governo é uma pessoa humana, tem esse direito. É um direito humano”.
O Papa Francisco assinalou que não pode “ter em mente todos os casos de objeção de consciência que podem existir. Mas posso dizer que a objeção de consciência é um direito que faz parte [do conjunto] de todos os direitos humanos. E se alguém não permite que outros sejam objetores de consciência, essa pessoa nega um direito”.
No último dia 3 de setembro, Kim Davis foi presa, depois que o juiz federal David Bunning declarou desacato a uma ordem da Suprema Corte americana que legalizou as uniões homossexuais em todo país. Ela foi enviada à prisão até que aceitasse cumprir esta decisão do Supremo Tribunal.
Então, a funcionária disse: “Avaliei o custo e estou preparada para ir à prisão. Estou segura”, isto “nunca foi para mim um tema de gays ou lésbicas. Trata-se de defender a Palavra de Deus, esta é uma luta pela qual vale a pena brigar”.
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