REDAÇÃO CENTRAL, 1 de out de 2015 às 19:19
A Igreja no Brasil dá início neste 1º de outubro à Semana Nacional da Vida, que se celebra até o dia 7 e é encerrada com o Dia do Nascituro, 8 de outubro. Por razão desta data, o Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (RJ), Dom Fernando Arêas Rifan, publicou um artigo no qual recorda que “nascituro, o que está para nascer, é o que todos fomos um dia”, e lança um apelo: “Lutemos pela vida, contra o aborto”.
A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro foram instituídos na 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em 2005. A data, conforme indica Dom Rifan em seu artigo, foi escolhida pela proximidade com o dia da Padroeira do Brasil, 12 de outubro.
O título dado à Padroeira do país, explica o Prelado, “ao evocar a concepção, lembra o fruto correspondente: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus que se fez homem, Jesus Cristo, nascituro em seu seio, que faz João Batista exultar de alegria no ventre de Isabel (Lc 1,39-45)”.
Dom Rifan recorda ainda as palavras do secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, para sublinhar a importância desta que, segundo ele, é “uma data esquecida”.
“A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro são ocasiões para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças”, escreve.
Neste ano, a Semana Nacional da Vida tem como tema “O Evangelho da vida: anunciar, celebrar e servir”, inspirado na Encíclica Evangelium Vitae, de São João Paulo II, que completa 20 anos de sua publicação.
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Este documento também é citado por Dom Rifan para recordar os ensinamentos de São João Paulo II sobre a defesa da vida do nascituro, mesmo “diante da atual banalização da vida e de opiniões favoráveis ao aborto”.
Ele transcreve o trecho da Encíclica que diz: “É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente”.
E recorda que o Pontífice usou a prerrogativa de infalibilidade e definiu: “Com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os Bispos – que de várias e repetidas formas condenaram o aborto e que... apesar de dispersos pelo mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina – declaro que o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é transmitida pela tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal”.
Dom Rifan, então, convida todos a agradecerem a Deus pelo dom da vida e a renovar o “compromisso de lutar pela vida daqueles que, como nós fomos também, ainda não têm voz, mas que são chamados a um dia agradecerem a Deus por tão grande dom”.
Para ajudar na celebração e vivência da Semana Nacional da Vida, a Comissão para a Vida e a Família da CNBB e Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) oferecem o subsídio Hora da Vida. O texto apresenta propostas de encontros, celebrações, reflexões e ações para todo o ano. Podem ser adaptados à realidade local, sendo um guia para momentos de maior comunhão das famílias na evangelização e transformação da sociedade em favor da vida.
“A Semana Nacional da Vida tem a finalidade de nos fazer acordar para este grande dom de Deus que é a vida, muitas vezes ameaçada. Também, queremos celebrar o Dia do Nascituro, a vida que vai nascer e precisa ser defendida por todos nós”, declarou o Bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, ao convidar todos a celebrarem estas datas.