VATICANO, 5 de out de 2015 às 11:00
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, denunciou que a revelação de Krzystof Charamsa, sacerdote que trabalha na Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano, de que é homossexual às vésperas dos Bispos sobre a Família, foi uma tentativa “muito grave e irresponsável” que busca submeter a uma “indevida pressão midiática” os participantes deste importante evento.
A Congregação para a Doutrina da Fé é o dicastério do Vaticano onde o Pe. Charamsa, entre outras tarefas, cuida primordialmente de custodiar a reta doutrina na Igreja Católica no mundo inteiro.
PILNE! Ks. Charamsa odwo?any przez Stolic? Apostolsk? http://t.co/6707WRnIAR pic.twitter.com/nw9t4xYGPH
— fronda.pl (@frondapl) 3 outubro 2015
Em uma entrevista publicada no último sábado, 3 de outubro, no jornal ‘Il Corriere della Sera’ e reproduzida por diversos meios de comunicação italianos, o sacerdote polonês Krzystof Charamsa revelou que é homossexual ativo assim como alguns detalhes da sua vida particular.
Charamsa afirmou: “Desejo que a Igreja e minha comunidade saibam quem sou eu: um sacerdote homossexual, com um companheiro, feliz e orgulhoso da própria identidade”.
“Estou disposto a pagar pelas consequências, mas este é um momento para que a Igreja abra os olhos ante os homossexuais católicos e entenda que a solução que lhes propõe, a abstinência total da vida de amor, é desumana”, acrescentou.
A respeito deste tema, Pe. Federico Lombardi assinala em sua declaração que “as realidades, as situações pessoais e reflexões” como estas “merecem respeito”, mas é necessário observar que “a escolha de divulgar uma manifestação retumbante na véspera da abertura do Sínodo parece como algo muito grave e irresponsável”.
Lombardi acrescenta ainda que o caso “procura submeter a assembleia sinodal a uma indevida pressão midiática”.
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O porta-voz esclarece que “Monsenhor Charamsa não poderá continuar desenvolvendo os trabalhos que realizava na Congregação para a Doutrina da Fé e nas universidades pontifícias”.
“Outros aspectos de sua situação são de competência de seu Ordinário (Bispo) diocesano”, conclui o Pe. Lombardi.
Charamsa servia na Congregação para a Doutrina da Fé desde 2003 e era secretário adjunto da Comissão Teológica Internacional, que depende desta congregação. Também desempenhava como professor de Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana e no Pontifício Ateneo Regina Apostolorum de Roma.
A revelação do estilo de vida homossexual declarada pelo sacerdote ocorreu no mesmo dia em que o Papa presidiu a vigília do Sínodo em Roma, onde participaram os Padres Sinodais e também uma grande quantidade de fiéis provenientes do mundo inteiro.
O Sínodo dos Bispos sobre a Família está sendo realizado em Roma, sob a direção do Papa Francisco, entre os dias 4 e 25 de outubro traz como tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
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