O governo e os militares do Paquistão lançaram um sinal de alerta ao advertir que o Estado Islâmico (ISIS) e os talibãs planejam atacar a pequena comunidade cristã, que representa cerca de 1,3 por cento da população.

 

 

Segundo um relatório apresentado pelo Gatestone Institute, um observatório de conflitos internacionais que investiga temas de democracia, leis, entre outros, há aproximadamente duas semanas os militares disseram aos cristãos que o primeiro ataque terrorista será contra a região de Khyber Paktunkhwa, onde existe um grande número de talibãs e cujo o alvo serão igrejas, escolas e hospitais cristãos.

Entre as recomendações, disseram aos líderes cristãos que não recebam pessoas desconhecidas. Inclusive, sugeriram a um pastor que não realize seus passeios diários de manhã nem de noite.

Além disso, o exército advertiu os cristãos que estes ataques virão da parte dos grupos de talibãs dissidentes como o Jundullah, que juraram lealdade ao ISIS em fevereiro deste ano.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

O Jornal ‘The Christian Examiner’ recolheu declarações de Ahmed Marwat, líder de Jundullah (“os soldados de Alá), que disse que suas próximas vítimas serão os xiitas kafir (infiéis), os ismaelitas, seita xiita iniciada na Síria durante o século X, e os cristãos”.

Jundullah é o aliado mais capitalista do ISIS no Paquistão. Seus membros pertencem ao grupo muçulmano dos sunitas, o mesmo conformado com o Estado Islâmico.

Em 2013, cometeram um duplo atentado suicida na Igreja de Todos os Santos, em Peshawar (noroeste do Paquistão). As bombas mataram aproximadamente 127 pessoas e 250 ficaram feridas. Em novembro de 2014, Marwat se reuniu com representantes do ISIS e nesse mesmo mês atribuiu a Jundullah o assassinato de um grupo de trabalhadores de ajuda humanitária em Quetta (centro do país).

Segundo declarações enviadas ao Grupo ACI, Wilson Chowhdry, presidente da Associação Cristã Paquistanesa, disse que “nos anima saber que o exército paquistanês pelo menos advertiu os líderes da igreja a respeito deste ataque. Mas não devemos fechar os olhos ante o fato de que é um reconhecimento implícito do Estado à vulnerabilidade dos cristãos e de suas instituições”.

Chowhdry comentou que “muitas das condições para o genocídio de cristãos foram suscitadas há algum tempo no Paquistão e no começo deste ano o governo provocou o ódio aos cristãos junto aos meios de comunicação, como uma sequela do ataque suicida contra a igreja”.

Por outro lado, Chowhdry assinala que aparentemente o exército paquistanês depurou simpatizantes do ISIS das suas filas e que está pensando em novas medidas contra os redutos extremistas localizados perto da fronteira com o Afeganistão.

Acrescentou que houve ocasiões onde os militares, dependendo da situação e da orientação política, protegeram aos cristãos dos extremistas. Um dos casos mais representativos foi em 1997, quando na região de Shanti Nagar a polícia freou um ataque a um povoado cristão.