MADRI, 6 de out de 2015 às 15:52
O Bispo de Córdoba (Espanha), Dom Demetrio Fernández, envia semanalmente uma carta pastoral na qual comenta o evangelho do domingo. Nesta ocasião, coincidindo com a abertura do Sínodo das Famílias, o Prelado falou sobre a indissolubilidade do sacramento do matrimônio e a importância da formação nas famílias.
“Eu não escolhi o tema, é este o Evangelho, este foi escolhido pelo Senhor”, precisou o Prelado ao Grupo ACI.
“O que Deus uniu, o homem não separa”, esta é uma passagem do Evangelho na qual foi inspirada a carta do bispo. Em uma entrevista concedida ao Grupo ACI, Dom Fernández explicou que durante a visita ad límina que os bispos espanhóis realizaram em fevereiro de 2014, o Papa falou a respeito da indissolubilidade do matrimônio.
Segundo recordou Dom Fernández, quando os prelados espanhóis mostraram sua preocupação a respeito desse tema, o Santo Padre disse: “Isso é algo que o próprio Jesus Cristo disse, portanto nem o Papa pode mudar a indissolubilidade do matrimônio”.
Por isso, o Bispo de Córdoba se surpreende ante aqueles que afirmam o contrário. “O que eles que pretendem? Que ignoremos os ensinamentos de Jesus Cristo? ”, indagou.
Deste modo, recordou umas palavras do Pontífice através das quais alertava acerca dos problemas que levam os jovens a não casar-se. “Não se casam porque não querem ou provavelmente porque não podem. Porque não têm trabalho, casa ou possibilidade de emancipação econômica. Este é um problema grave e temos que ver de que maneira ajudamos aos jovens”, disse o bispo em nossa entrevista.
Acerca do número de nulidades matrimoniais e das mudanças realizadas pelo Papa a respeito, o Bispo de Córdoba recordou que “é necessário tratar sempre com misericórdia” aquelas pessoas que estão divorciadas.
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Em relação aos divorciados em nova união que querem receber a comunhão, o Bispo assegurou que a Igreja “acolhe e se aproxima destas pessoas, as cuida como uma mãe acolhe os seus filhos. E isso a Igreja sempre fez”. Nesse sentido, recordou que estas pessoas não estão excomungadas, “mas não podem comungar”.
A respeito das mudanças anunciadas pelo Papa Francisco e que agilizarão os processos de nulidade matrimonial, Dom Fernández explicou: “a Igreja não anula o matrimônio, mas declara que este foi nulo, que nunca existiu. Existem pessoas que pensavam que estavam casadas, mas na verdade não estavam, porque o matrimônio é uma coisa entre duas pessoas e depende do que o outro faça ou não”.
“Se houve matrimônio, este não pode ser anulado, nem Deus poderá. A nulidade foi feita pelos próprios esposos, não pela Igreja”, insistiu.
A fim de evitar chegar à ruptura do matrimônio, Dom Fernández considera “fundamental” a preparação “desde cedo para o matrimônio na educação afetivo sexual. Pois a falta desta preparação pode causar uma visão totalmente distorcida da vida e da sexualidade”.
“Com relação a educação e aos meios de comunicação, as crianças, os adolescentes e os jovens percebem uma realidade em relação ao sexo e ao amor verdadeiro totalmente distorcida”, explicou o Prelado.
“O ponto fundamental são os pais e a família, é necessário ajudar-lhes a fim de que eles possam acompanhar bem aos seus filhos pequenos, adolescentes e jovens. Devem potencializar a formação”, insistiu.
Por isso destacou também a beleza da família, pois “uma família cristã é o mais bonito que existe no mundo”, concluiu.