ROMA, 8 de out de 2015 às 11:40
O Cardeal Wilfried Napier, Arcebispo de Durban (África do Sul) e um dos Presidentes delegados do Sínodo dos Bispos sobre a Família, que acontece até o dia 25 de outubro no Vaticano, afirmou que a Igreja na África não aceitará uma “colonização ideológica” de outros países em temas relacionados ao controle populacional através de métodos anticoncepcionais.
Em declarações à imprensa, logo após sua reunião com 30 bispos africanos participantes do Sínodo, o Cardeal Napier disse: “Os bispos da África estão preocupados porque querem ser livres (…) e não querem que a colonização política seja substituída por outro tipo de colonização, na qual os países nos dizem que ‘caso não aceitem esta legislação, não receberão ajuda das agências’”.
Isto se refere às agências internacionais que muitas vezes condicionam sua ajuda aos temas relacionados com o controle artificial da natalidade, prática rejeitada pela Igreja.
O Cardeal se referiu à atitude do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em sua recente viagem ao Quênia. “Quando Hillary Clinton foi Secretária de Estado, ela foi à África Central e repetiu a mesma mensagem em termos mais chocantes. Por isso, muita gente diz que essa é outra forma de colonização”, assinalou o Cardeal.
Em seguida, o Arcebispo de Durban denunciou: “Obrigam-nos a aceitar a anticoncepção porque dizem que a África é um pais superpopuloso e isso está relacionado a um ponto de vista ideológico”. Disse que esta exigência resulta “irônica”, pois em lugares como a Europa vivem um verdadeiro inverno demográfico no qual as populações “estão envelhecendo”.
O Cardeal destacou a contribuição da Igreja na África ao Sínodo da Família, porque “a impressão geral é que na maioria dos grupos nos quais os bispos africanos participam são muito otimistas sobre o impacto que a Igreja na África pode ter”.
Nesse sentido, o Arcebispo encorajou a concentrar-se no Sínodo e no seu tema que é a vocação e a missão da família. Como a família deve fazer apostolado e como pode desenvolver o ministério de ajudar outras “famílias em dificuldade”.
Finalmente, ressaltou que “a família é a base da sociedade e da Igreja. A fortaleza da Igreja vem da família”.
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Referindo-se ao Instrumentum Laboris (documento de trabalho), o Cardeal assinalou: “Poderia em geral ser uma análise socioeconômica ou político de uma situação que não necessariamente reflete a realidade africana”, concluiu.
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